Lula e Pacheco criticam juros altos e buscam solução

O presidente do Senado disse que houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros está muito alta e precisa ser reduzida o “mais rápido possível”

(Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou mais um aliado na luta contra a taxa de juros elevadíssima de 13,75%, o que inviabiliza a economia e, por conseguinte, a geração de emprego e renda.

Trata-se do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para quem é preciso buscar solução o mais “rápido possível” ao problema.

Nesta terça-feira (28), os dois conversaram sobre a insustentabilidade da taxa nesse patamar.

“Dentro disso, houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta e afirmei ao presidente a importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível”, disse Pacheco por meio de nota.

Na semana passada, em entrevista ao site 247, o presidente afirmou que a atual taxa sabota a economia, prejudicando o crescimento e a geração de empregos no país.

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“É irresponsabilidade do Banco Central manter a taxa de juros a 13,75%”, criticou o presidente, lembrando que a inflação brasileira não é causada por excesso de demanda, o que poderia justificar a política do BC. “Então, não há nenhuma explicação, nenhuma lógica”, afirmou.

“Só quem concorda com os juros altos é o sistema financeiro, que ganha muito dinheiro. As pessoas sérias que trabalham, os empresários que investem sabem que não está correto. Ninguém consegue tomar dinheiro emprestado a 13,75%, a um juro real de 8% se você descontar a inflação”, avaliou Lula.

Para ele, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro, não tem compromisso com a própria lei que determinou a autonomia da instituição.  

No campo governista, há uma convicção de que Campos Neto está usando a instituição para fazer oposição à política econômica de Lula.

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