Rodrigo Pacheco cobra Campos Neto por queda dos juros

No evento, presidente do Banco Central ouviu de Pacheco que o país está unido pelo corte da Selic. O senador exigiu uma redução imediata na taxa: “precisamos fazer o Brasil crescer”

Presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (Foto: Roque Sá)

Em evento empresarial em Londres e com Roberto Campos Neto na plateia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a “redução imediata” da taxa de juros. O discurso foi feito na abertura do Lide Brazil Conference e ganhou aplausos dos empresários presentes.

Em março, contrariando as expectativas do governo, o Comitê de Política Monetária (Copom), liderado por Campos Neto, manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. A justificativa do Copom é de que a inflação não está controlada.

Em abril, no entanto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve variação de 0,71% ao mês, abaixo da expectativa de 0,77%.

“A inflação, meu caro Roberto Campos Neto, está contida, inclusive com viés de queda. A nossa moeda está estável. Agora, nós precisamos fazer crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13.75%”, disse Pacheco no evento.

A taxa Selic é um dos instrumentos do Banco Central para manter a inflação sob a meta, indicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Se o Copom identifica que a inflação ficará fora da meta, o Banco Central aumenta a taxa de juros para tentar desacelerar a economia e conter a alta dos preços.

Se descontada a inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses, a taxa básica de juros real brasileira é a mais alta do mundo, chegando a 9% ao ano. Para efeitos de comparação, a taxa básica de juros real do México é a segunda maior e não chega a 5%. Segundo o presidente do Congresso, o corte na taxa de juros une “o Executivo, o Legislativo, a sociedade e o meio empresarial”. “Há divergências naturais entre Executivo e o Legislativo, entre a sociedade e o mundo empresarial. Mas se há algo que nos une neste momento é a impressão, o desejo, a obstinação de reduzir a taxa de juros”, disse Pacheco.

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