Varejo tem alta de 3,8% nas vendas em janeiro

Percentual é considerado recorde para o mês. Dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE. Na comparação com janeiro de 2022, o crescimento foi de 2,6%. nos últimos 12 meses, a alta é de 1,3%.

Comércio varejista | Foto: Sindilojas/Rio

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12), as vendas no comércio varejista brasileiro cresceram 3,8%, entre dezembro e janeiro, registrando a maior variação para o mês desde o início da série histórica, em 2000. Na comparação com janeiro de 2022, o crescimento foi de 2,6%, sendo este o sexto aumento consecutivo neste índice. O indicador acumulado nos últimos 12 meses apresentou uma alta de 1,3%.

Os dados apresentados pelo IBGE indicam o aumento em janeiro como o maior para qualquer mês desde julho de 2021, quando houve alta de 3,9%. Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destaca que cada mês tem suas especificidades no setor, porém, desde setembro de 2022 o volume de vendas no varejo não registrava alta. Santos afirma que o resultado é importante, pois “o comércio vinha de resultados negativos ou estabilidade”.

A alta do mês foi disseminada entre as atividades pesquisadas, já que sete das oito demonstraram crescimento em janeiro. Destaque para o setor de tecidos, vestuários e calçados, que cresceu 27,9% após quatro meses de queda. Outro grupo que influenciou o resultado do varejo nacional foi o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 2,3% após dois meses de queda no volume de vendas.

O único setor que registrou queda nas vendas em janeiro foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%), que já vinha de trajetória de queda em dezembro (-0,5%) e que pode ser explicada por cosméticos e perfumaria, “que seguem em queda e têm variações mais sensíveis, enquanto os artigos médicos e farmacêuticos costumam ter trajetória mais estável”, afirmou Santos.

Esta é a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas da sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE.

Varejo ampliado varia 0,2% com “estreia” de nova atividade

Além disso, a PMC também investiga o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que teve variação de 0,2% em relação a dezembro de 2022 e de 0,5% contra janeiro de 2022. Esse índice, além das oito atividades pesquisadas, inclui ainda os setores de veículos, motos, partes e peças; o de material de construção e, o grupamento estreante de atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo, incluído após as atualizações e alterações anunciadas pelo IBGE em março.

Com o resultado de janeiro, o comércio varejista ampliado inverteu a trajetória de queda registrada nos últimos dois meses (-1,4% em novembro e -0,6% em dezembro de 2022). O índice de janeiro faz com que o varejo nacional esteja 3,3% acima do patamar pré-pandemia (de fevereiro de 2020).

“Embora acima, esse índice não está alto, considerando que já são quase três anos. E o comércio ainda tem mais atividades abaixo do patamar pré-pandemia. Ao todo, são seis, como é o caso do varejo ampliado, cujo volume de vendas está 1,3% menor que em fevereiro de 2020”, disse.

Aumento na comparação interanual inclui seis das oito atividades

Na comparação de janeiro de 2023 com janeiro de 2022, a alta de 2,6% no volume de vendas inclui seis das oito atividades pesquisadas, com destaque para combustíveis e lubrificantes (26,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (15,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,8%).

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-7,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,5%) apresentaram taxa negativa no confronto interanual. Já no comércio varejista ampliado, Veículos, motos, partes e peças cresceu 4,4% enquanto material de construção teve aumento de 1,1%. O atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda, de 0,9%.

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Fonte: IBGE
Edição: Bárbara Luz

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