Governo quer ampliar gasodutos e produção de gás natural

Ministério de Minas e Energia quer Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) no subsídio a novos gasodutos com foco no barateamento do gás natural para fomentar indústria e gerar empregos

Dutos da unidade de processamento de gás natural no pólo industrial de Guamaré. Foto: Agência Petrobras

O Ministério de Minas e Energia (MME) está preparando um programa para aumentar produção de gás natural no Brasil. Para isso pretende fomentar a estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para que construa novos gasodutos para operação entre mar e terra, uma vez que a empresa é especialista na exploração em águas profundas.

A ideia do governo federal é aumentar a oferta de dutos para poder produzir mais gás natural da exploração marinha, pois cerca da metade do que poderia ser explorado não é utilizado por falta de infraestrutura de escoamento.

As informações trazidas pela reportagem de O Globo apontam que com o aumento da oferta do combustível o governo projeta a diminuição dos preços com a redução de importações.

Baixar o preço do gás é um dos objetivos do presidente Lula para fomentar a indústria nacional e, consequentemente, gerar empregos. Para isso, o governo tem fortalecido as estatais e vetou a venda de ativos das empresas, principalmente da Petrobras.

A medida é oposta à condução do governo Bolsonaro que liquidou a rede de gasodutos e de produção do gás natural ao vender as participações da Petrobras nesse mercado, o que desestimulou a competição e deixou o Brasil refém dos preços de importação.

O plano é baixar os preços que cresceram nos últimos anos. Passou de uma média de US$ 13,58, em 2021, para US$ 20,31 por milhão de BTU (unidade internacional do gás), em 2022, para a indústria. Para as famílias, o consumo nas residências passou, no período, de US$ 32,24 para US$ 41,70.

Navio-plataforma. Foto: André Motta/Petrobras

Governo Lula

Como se projeta alta na exploração do pré-sal nos próximos anos pelo governo Lula, não aproveitar o gás natural associado a esta exploração por falta de infraestrutura seria um desperdício que não será cometido pelo atual governo. Isto porque a relação do gás com o desenvolvimento da indústria corrobora com a estratégia contra de desindustrialização nacional. Para tal, a indústria petroquímica e de fertilizantes necessita desse combustível que é mais barato do que a energia elétrica, como aponta a reportagem.

A base desse desenvolvimento, que terá como propulsão a PPSA, tem sido trabalhada pelo Ministério por meio de uma Medida Provisória. O programa tem como nome provisório “Gás para Empregar” e envolve outros ministérios em sua elaboração.

Uma das possibilidades é de as petroleiras que exploram o pré-sal descontem além do percentual de petróleo destinado à União uma parcela direcionada para construção e operação de gasodutos, ou seja, uma troca de petróleo por gás e infraestrutura.

Outra frente prevê um caminho mais simples em que o aumento da produtividade dos campos do pré-sal aumente a porcentagem de recursos recebidos pela PPSA que pode, com estes maiores recursos, financiar a ampliação da distribuição de gás natural.

*Com informações O Globo

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