Presidente da Argentina anuncia que não concorrerá à reeleição

Alberto Fernández governará o país até o fim do mandato, em 10 de dezembro. Decisão foi anunciada em meio agravamento da crise econômica no país

O presidente da Argentina, Alberto Fernández | Markus Schreiber

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira (21) que não concorrerá à reeleição nas eleições gerais que acontece em outubro deste ano.

Em vídeo publicado no Twitter, Fernández disse que entregará o cargo em 10 de dezembro, data em que o país comemora 40 anos de democracia.

“No próximo dia 10 de dezembro de 2023 é o dia exato em que comemoramos 40 anos de democracia. Nesse dia entregarei a faixa presidencial a quem for legitimamente eleito nas urnas pelo voto popular. Trabalharei energicamente para que seja alguém que represente o nosso espaço político”, disse.

Na declaração “Minha decisão” de quase oito minutos, o presidente de 64 anos relembrou seus quatro anos de governo e afirmou que nunca colocou “a ambição pessoal à frente da necessidade do coletivo”, disse. “Como militante peronista sempre soube que a Pátria vem primeiro, depois o movimento e por último os homens. Por isso, vou cumprir essa escala de prioridades”, continuou.

Fernández enfatizou ainda que as eleições primárias são o veículo para a sociedade selecionar os melhores representantes da frente para as próximas eleições gerais.

“Os PASO [sigla referente às eleições primárias na Argentina] são o veículo para a sociedade selecionar os melhores homens e mulheres de nossa frente que melhor nos representem nas próximas eleições gerais. Como presidente do Partido Justicialista, vou garantir que todos aqueles que se sentem treinados para enfrentar este desafio possam fazê-lo”, disse.

“Precisamos gerar um novo ciclo virtuoso no qual outros sejam empoderados para reconquistar os corações daqueles que continuam nos vendo como o espaço que garante que a direita não volte para nos trazer seu pesadelo e sua escuridão”, continuou o presidente.

Crise ecônomica

O anúncio de Fernández foi feito em meio ao agravamento da crise econômica argentina. Segundo ele, “o contexto econômico me obriga a dedicar todos os meus esforços a atender os difíceis momentos que a Argentina atravessa. Como disse recentemente, depois da pátria vem o movimento”.

Ele disse ainda que os últimos anos não foram “fáceis” e reconheceu que seu governo não cumpriu “tudo o que prometeu”.

Na véspera (20), o dólar blue – uma das cotações usadas pela população – bateu novo recorde, tendo chegado a 432 pesos, a cotação mais alta da história. Em março, a inflação atingiu 104,3% ao ano, o maior patamar em 30 anos.

Aliados

Fernández já havia sido chefe de gabinete do país entre 2003 e 2008 e vice de Cristina Kirchner, atual vice-presidente da Argentina. A coalizão governista, a Frente de Todos, ainda não definiu seus pré-candidatos presidenciais e há dúvidas se Cristina Kirchner será candidata. Segundo divulgado pelo g1, o Partido Justicialista deve se reunir na tarde desta sexta-feira (21) para discutir o assunto.

As eleições presidenciais na Argentina estão marcadas para 22 de outubro, com as primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) agendadas para 13 de agosto. Caso haja necessidade, o segundo turno eleitoral será realizado em 19 de novembro.

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com informações de agências

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