Israel: Comunistas vencem repressão e comemoram o 1º de maio

Mais: FED pode elevar juros ao nível mais alto em 16 anos / Sudão: ONU adverte sobre êxodo em massa / Santiago Peña é eleito presidente do Paraguai, entre outras notas.

Manifestação 1º de Maio, sábado de manhã, em Nazaré / Foto: Zo Haderech

Na última quarta-feira (26), a polícia israelense invadiu a sede do Partido Comunista de Israel em Nazaré e retirou da fachada as bandeiras vermelhas e a bandeira palestina. A militância do partido em Nazaré reagiu e enfrentou a arbitrariedade dos agentes sionistas, que agiram sem mandado judicial. As bandeiras foram recuperadas e no mesmo dia voltaram à fachada da sede. O PCI divulgou uma nota sobre o episódio, afirmando que “o Partido Comunista reitera que se trata de uma investida autoritária provocativa, cujo objetivo é reprimir e atentar contra as liberdades políticas, em cumprimento às ordens do colono Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, condenado por apoio ao terrorismo (…) este assalto não passará despercebido, e a resposta será na mobilização de massas rumo à marcha do Primeiro de Maio em Nazaré no sábado”. De fato, a comemoração central do Primeiro de Maio organizada pelo Hadash e o PCI foi realizada, como todos os anos, em Nazaré, na amanhã de sábado (29) atraindo milhares de pessoas. Entre as bandeiras vermelhas e as bandeiras da Palestina, faixas foram carregadas contra a ocupação dos territórios palestinos e o capitalismo e a favor da dignidade da classe trabalhadora. As jovens orquestras da Liga Comunista enchiam o ar com o som dos tambores. A marcha terminou por volta do meio-dia e foi seguida por um comício na Mary’s Well Square, onde os oradores se dirigiram aos presentes, enfatizando a determinação do Hadash e do PCI em enfrentar os desafios do governo fascista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. No final do comício, membros do Partido Comunista cantaram a “Internacional”. Com informações do site do Partido Comunista de Israel.

FED pode elevar juros ao nível mais alto em 16 anos

O Federal Reserve (FED), o Banco Central estadunidense, iniciou nesta terça-feira (2) uma reunião de política monetária que provavelmente levará a taxa de juros overnight de referência dos EUA ao seu nível mais alto em quase 16 anos, podendo ultrapassar os 5%, atingindo um platô potencial que testará a economia de uma maneira nunca vista desde o início da crise financeira em 2007, informa Howard Schneider, jornalista da agência de notícias Reuters. Esta será a segunda reunião do FED após a falência de um grande banco norte-americano, com a aquisição do First Republic Bank pelo JPMorgan na segunda-feira (1º) marcando a mais recente evidência de que o rápido aumento dos juros pelo banco central está sendo sentido no sistema financeiro e potencialmente fora dele, diz Howard, acrescentando que a reunião do FED será, espera-se, seguida de aumentos de juros pelo Banco Central Europeu na quinta-feira e pelo Banco da Inglaterra na próxima semana. O FED anunciará sua decisão na quarta-feira.

Sudão: ONU adverte sobre êxodo em massa

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados divulgou, nesta segunda-feira (1º/5) que mais de 800 mil pessoas podem fugir do Sudão devido à guerra civil que sacode o país desde o dia 15 de abril. “Esperamos que não chegue a isso, mas se a violência não acabar, haverá mais pessoas forçadas a fugir do Sudão em busca de segurança”, declarou o Comissário do Acnur, Filippo Grandi. O confronto, que vem provocando mortes e destruição, opõe duas facções de militares golpistas. Um grande movimento democrático, liderado pelo Partido Comunista Sudanês, exige a retirada das milícias militares e a entrega do poder aos civis.

Santiago Peña é eleito presidente do Paraguai

O ex-ministro das Finanças do Paraguai, de 42 anos, o conservador Santiago Peña, do Partido Colorado, foi eleito presidente do Paraguai nas eleições realizadas neste domingo (30/4). Peña venceu as eleições com 42,93% dos votos, segundo os resultados oficiais provisórios. Seu vice-presidente será Pedro Alliana. Efraín Alegre, do Partido Concertação Nacional ficou em segundo (27,49%) e Payo Cubas (22,92%), foi o terceiro colocado. Repetindo o mesmo roteiro de Trump e Bolsonaro, Cubas, candidato da extrema-direita, alegou fraude e seus apoiadores promoveram bloqueio de pontes e tumultos em algumas localidades. Com a vitória do seu candidato, o Partido Colorado completará 75 anos de poder nos últimos 80 anos (só ficou fora entre 2008 e 2013). Santiago Peña Palacios prometeu, durante a campanha, reatar as relações com a Venezuela. Será ele, também, que negociará com o presidente Lula os termos da renovação do contrato da Itaipu Binacional.

Histórico primeiro de maio na França

Em uma terra marcada pelo sangue de pioneiros da luta revolucionária, o 1º de maio francês de 2023 esteve à altura do que representa a data: comemoração e luta. Mais de duas milhões de pessoas ocuparam as ruas da França, sob a bandeira geral de luta contra a reforma previdenciária imposta pelo presidente Emmanuel Macron. Sindicalistas de todos os continentes estiveram presentes em solidariedade aos trabalhadores franceses. Na capital, Paris, foram mais de 500 mil manifestantes, segundo informa a Intersindical, coligação unitária das principais centrais sindicais francesas. Nesta terça-feira (2), a intersindical divulgou um apelo “à multiplicação das iniciativas com, nomeadamente, um novo dia de ação comum, greves e manifestações no dia 6 de junho”. O objetivo é pressionar os deputados da Assembleia Nacional a revogar a reforma ou convocar um referendo popular sobre o tema. O ponto negativo do 1º de Maio francês foi o papel provocador do grupo chamado “black-blocs” que causou confusão e quebra-quebra, com ávida cobertura midiática. Coloquem no “google”, “1º de maio na França”, o que aparece na pesquisa é apenas fotos de destruição, buscando claramente resumir as manifestações às ações destes quintas-colunas que inclusive atacaram quiosques do Partido Comunista Francês (PCF) e do jornal l’Humanité.

Cientista (ex-Google) alerta que IA é um perigo para a humanidade

O cientista britânico Geoffrey E. Hinton, um dos pioneiros no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), demitiu-se da empresa de tecnologia Google, para, segundo a agência de notícias DW, “poder falar sobre os perigos dessa tecnologia sem ter que se preocupar com o impacto que suas declarações teriam para o seu empregador”. Hinton, considerado um dos mais importantes pioneiros da IA, declarou que hoje lamenta ter dedicado a carreira ao desenvolvimento da tecnologia. “Consolo-me com a desculpa normal: se não tivesse sido eu, outro o teria feito“, declarou ao jornal The New York Times, em entrevista publicada nesta segunda-feira (1º/5) e citada pela DW. “É difícil imaginar como evitar que atores mal-intencionados a usem (a IA) para coisas más“, disse o cientista. No curto prazo, ele disse temer que a internet seja inundada com textos, fotos e vídeos falsos e que não seja mais possível, para as pessoas, distinguir o que é verdadeiro do que é falso. Ele acrescentou que, mais adiante, a IA poderá substituir muitos trabalhadores e até mesmo se tornar uma ameaça à humanidade. “A ideia de que essas coisas poderiam se tornar mais inteligentes que as pessoas, algumas pessoas acreditavam nisso. Mas a maioria achava que isso estava muito distante. Eu pensava que estava muito distante, 30 ou 50 anos ou talvez mais. Obviamente já não penso mais assim“, afirmou. Por isso, ele defendeu, assim como outros especialistas já fizeram, que a pesquisa nesse setor seja interrompida até que se entenda bem se será possível controlar a IA.

Lula convida presidentes sul-americanos para impulsionar a integração

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou oficialmente presidentes sul-americanos para participarem de um encontro de chefes de Estado da região em Brasília no dia 30 de maio. O objetivo é conversar sobre a ideia do Brasil de reativar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), entre outros temas da agenda regional, de acordo com o jornal O Globo. No documento enviado aos líderes e lido pela mídia, Lula defende a necessidade de revitalizar a integração na América do Sul e pede que diferenças sejam deixadas de lado “em nome de um destino comum”, além de ressaltar a necessidade de cooperação em matéria de defesa, saúde e infraestrutura, entre outros temas.

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