Lula cobra promessa ambiental de US$ 100 bi dos países ricos

“Temos que preservar as 50 milhões de pessoas que vivem na Amazônia na América do Sul”, disse Lula no programa Conversa com o Presidente.

Foto: Ricardo Stuckert/ PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda (19) que vai cobrar os R$100 bilhões prometidos pelos países desenvolvidos para combater a mudança climática. Lula afirmou que fará a cobrança aos países no fim do ano, quando autoridades se reunirão nos Emirados Árabes Unidos para a COP 28, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas).

Lula fez a fala na sua segunda participação no podcast “Conversa com o Presidente”, um programa ao vivo de entrevista, com o jornalista Marcos Uchoa, da EBC. Excepcionalmente, a live foi ao ar hoje devido a viagem do presidente a Europa.

“A gente vai cobrar [a promessa] porque se não tiver dinheiro para os países que ainda têm floresta para ser preservada é normal que o povo pobre que mora nesses estados [amazônicos] continue com essa necessidade [de explorar a floresta]”, disse.

Em 2009, na COP 15, em Copenhagen, os países ricos assumiram o compromisso com os países em desenvolvimento de contribuir com US$ 10 bilhões ao ano, entre 2010 e 2012, e com US$ 100 bilhões ao ano a partir de 2020, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Estimativas recentes, no entanto, apontam a necessidade de US$3,5 trilhões por ano para combate às mudanças climáticas. De qualquer maneira, a promessa ainda não foi cumprida pelos Estados Unidos e União Europeia.

Em abril, o presidente americano Joe Biden anunciou a contribuição dos EUA de R$2,5 bilhões para o Fundo Amazônia. Ele ainda precisa de aprovação do Congresso para a liberação dos recursos.

Leia também: Lula anuncia Belém como sede da COP30 em 2025; veja vídeo

Leia também: Novo PAC deverá ter olhar especial para infraestrutra social e ambiental

COP 30 no Belém do Pará

No bate-papo com Uchoa, Lula comentou sobre os preparativos que o Brasil terá que tomar para a COP 30, em 2025. Será a primeira vez na história que o evento da ONU ocorrerá na Amazônia Legal. O presidente esteve em Belém, no Pará, neste sábado (17), para participar da cerimônia de inauguração dos preparativos para COP 30.

“Foi importante a participação do ministro das Relações Exteriores para explicar aos empresários do turismo o significado de uma COP. Uma previsão de quantas pessoas estarão presentes. Tem gente que fala em 50 mil pessoas, outras que falam em 80 mil pessoas. Além da presença dos chefes de estados”, disse Lula.

Segundo estimativas, o encontra deverá contar com a presença de mais de 100 chefes de Estado.

“As pessoas falam tanto da Amazônia no mundo inteiro, agora terão que falar da Amazônia dentro da Amazônia”, observou Lula. “Vão conhecer o rio Amazonas, o rio Tapajós. Como que vivem os nossos indígenas, como vivem nossos povos ribeirinhos. Para aí eles discutirem com base na realidade, isto é uma coisa fantástica”, disse.

Para o presidente a discussão das mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente passa pela sobrevivência dos povos indígenas e ribeirinhos. “[Na COP 30], nós vamos discutir a questão indígena vendo os indígenas, vamos ver a questão dos povos ribeirinhos vendo os ribeirinhos. Porque quando a gente fala de preservação uma coisa que temos que preservar são 50 milhões de pessoas que vivem na Amazônia na América do Sul. E são pessoas que querem viver dignamente, querem comer, tomar café, almoçar jantar, se vestir”, disse.

Autor