CPMI do Golpe quer chegar aos financiadores de atentado

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), diz que ao episódio teve como objetivo de destruir a democracia brasileira

Sessão da CPMI do Golpe com policiais e o responsável pelo atentado (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara dos Deputados)

A Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8/1, a CPMI do Golpe, ouve depoimentos de policiais civis do Distrito Federal e de George Washington de Oliveira Sousa, condenado por planejar atentado em Brasília.

De acordo com o perito da Polícia Civil Renato Carrijo, a bomba armada por George Washington e Allan Diego dos Santos, em 24 de dezembro, foi fabricada com explosivo usados para destruir rochas.

Os dois se encontram presos. Welington Macedo, outro envolvido, continua foragido.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), diz que ao episódio teve como objetivo destruir a democracia brasileira.

Ela elogiou a celeridade da investigação feita pela Polícia Civil do DF, ressaltando, no entanto, que ainda há dúvidas sobre o financiamento e sobre a participação de outras pessoas na tentativa de explosão do caminhão de combustível.

Quem financiou o atentando? É o principal questionamento feito pela líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), integrante do colegiado.

“George Washington  de Oliveira, o bolsonarista que está preso por tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro, viajou do Pará até a capital com um verdadeiro arsenal a bordo de uma Mitsubishi que custou R$ 326 mil reais. O delegado que prestou depoimento na CPMI disse que este veículo foi comprado à vista. Como o senhor George Washington pagou pelo carro, se o seu salário declarado é de R$ 5 mil? Ou melhor: quem o financiou?”, questionou a deputada.

“O efeito final do bolsonarismo é um carro bomba prestes a explodir em um aeroporto! O roteiro do golpe começa muito antes do 08/01. Há anos a extrema direita manipula famílias, comportamentos e sentimentos de fé, promovendo desinformação, ódio e violência”, afirmou o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

Jandira Feghali na CPMI

Atentado

Os artefatos só não explodiram por erro de montagem. Em plena véspera de Natal, o policial diz que os condenados tinham em mãos uma bomba de consequências terríveis, pois a tentativa era explodir o caminhão de combustível próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.

O diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, confirmou que os dois envolvidos presos também estiveram na tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro. Os dois eventos são investigados pela CPMI como fatos ligados ao 8/1.

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