CPMI do Golpe ouvirá ex-diretor da PRF e autor do atentado

Silvinei Vasques terá de explicar as operações realizadas no dia de votação do segundo que teriam como objetivo impedir eleitores de votar

Sessão da CPMI do Golpe (Fotos: Pedro França/Senado)

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques vai depor nesta terça-feira (20) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8/1, a CPMI do Golpe.

Nessa primeira oitiva do colegiado, o ex-diretor da PRF no Governo Bolsonaro terá de explicar as operações realizadas no dia de votação do segundo turno que teriam como objetivo impedir eleitores de votar.

No dia 30 de outubro, Vasques foi intimado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a interromper “imediatamente” as operações da corporação relacionadas ao transporte público de eleitores.

O depoimento segue uma lógica de investigação pela qual os atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaritas invadiram e depredaram as sedes da Praça dos Três Poderes, faz parte de um processo que começou pelo questionamento das eleições.

Leia mais: Alvo da PF, senador Marcos do Val pode ser retirado da CPMI do Golpe

Na quinta-feira (22), os parlamentares vão ouvir George Washington de Oliveira, condenado pela tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília na véspera de Natal, no ano passado.

“Tal como proposto no plano de trabalho apresentado a esta comissão, pretende-se que as nossas atividades se iniciem com a dissecação dos fatos que norteiam importantes datas, consubstanciadas em oitivas e requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no requerimento que embasou a instauração desta CPMI”, afirmou a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Requerimentos

Ainda na terça-feira, a CPMI deve analisar 21 requerimentos. Entre eles, a convocação do ex-ministro chefe do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias; do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha; e de Renato Martins Carrijo, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), responsável pela elaboração do laudo sobre o exame do local onde foi encontrado artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro.

Também estão na pauta requerimentos para a requisição ao STF de todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. Outro requerimento pede que o Ministério Público Federal compartilhe informações referentes aos processos, inquéritos e investigações que tramitam no STF e nas instâncias inferiores, seja para apurar responsabilidades civis, seja criminais.

Convocados

No dia 13 de junho, a CPMI aprovou a convocação de 36 pessoas, muitas das quais integrantes do governo de Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Braga Netto.

Com informações da Agência Senado

Autor