CPMI dos atos golpistas ouve Mauro Cid nesta terça (11)

A PF encontrou um plano de golpe em mensagens trocadas com outros militares. Ex-ajudante de ordem de Bolsonaro está preso desde maio por fraudar cartões de vacinação.

Foto: Reprodução

A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro vai ouvir, nesta terça (11), o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal por elaborar um plano golpista após a derrota da extrema-direita nas eleições de 2022.

Cid deve é esperado pelos congressistas a partir das 9h. Inicialmente, o depoimento estava previsto para a semana passada, mas a audiência foi adiada devido as votações da Reforma Tributária e das alterações nas regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

O militar está preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação, e irá para a oitiva escoltado por policiais.

A Polícia Federal encontrou no celular de Cid mensagens trocadas com outros militares que planejavam um golpe de Estado depois da derrota eleitoral de Bolsonaro. Em uma conversa obtida pela PF, mensagens mostram o coronel Jean Lawand Júnior cobrando Cid para que fosse colocado em prática um plano, em oito etapas, visando que as Forças Armadas assumissem o comando do país.

Diante disso, foi requerido o depoimento de Mauro Cid na CPMI. Lawand já depôs em junho, e teve sua versão desacreditada por parlamentares da base do governo e da oposição.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito. Ele pode ser acompanhado por advogados e tem o direito de ficar em silêncio para não responder perguntas que o incriminem.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), autor de um dos requerimentos de convocação de Mauro Cid, afirma que há indícios de que o ex-ajudante-de-ordens de Bolsonaro participou da articulação de um golpe de estado.

“Mauro Cid teve conversas com outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Na conversa, Ailton afirma que o golpe precisaria da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes deveria ser preso”, afirma o senador.

Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), autor de outro requerimento de convocação, as mensagens mostram que Mauro Cid pode ter envolvimento “com a conspiração que levou aos atos de violência do dia 8 de janeiro de 2023”.

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