Sindicatos aprovam greve de 72 horas contra perseguição política na Eletrobras

Trabalhadores protestaram nesta sexta (21) na sede da empresa, privatizada no governo Bolsonaro. Na semana passada, a direção abriu processo de demissão contra liderança sindical.

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Os eletricitários aprovaram, nesta sexta (21), greve de 72 horas nos dias 9, 10 e 11 de agosto. A categoria acusa a direção privatizada da Eletrobras de perseguição política e coação para a assinatura do plano de demissões da companhia.

Cerca de 600 manifestantes protestaram nesta sexta no porta da sede da Eletrobras, no Centro do Rio de Janeiro.

“Por diversos descumprimentos do Acordo Coletivo de Trabalho, os sindicatos acionaram judicialmente o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e deflagraram greve de 72 horas nos dias 9, 10 e 11 de agosto”, informou o Coletivo Nacional dos Eletricitários.

Os sindicatos alegam que os novos diretores da companhia estão perseguindo líderes sindicais. O engenheiro eletricista Ikaro Chaves, ex-dirigente sindical e ex-conselheiro eleito do Conselho de Administração (Consad) da Eletronorte, uma subsidiária da Eletrobras, responde a um processo de demissão por justa causa por seus posicionamentos críticos à privatização da companhia, ocorrida em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada, Chaves foi surpreendido com a abertura do procedimento de demissão. A Eletrobras concedeu cinco dias úteis, portanto, até ontem (21), para apresentação da defesa.

As alegações do Grupo Eletrobras incluem supostas violações ao código de ética da companhia, “ao atribuir imagem negativa à companhia”, por entrevistas na imprensa e participações de Chaves em audiências públicas.

Uma dessas seria a participação do empregado em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 17 de maio deste ano, na qual ele teria feito acusações ao presidente da empresa sobre as informações financeiras da companhia, além de uma suposta relação da redução de empregados com a segurança operacional do sistema elétrico.

Segundo os sindicatos, ao abrir o processo, a direção da empresa passa a perseguir politicamente os funcionários.

Chaves recebeu apoio de vários parlamentares, entre eles da presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-BA).

“Vamos denunciar a política antissindical da Eletrobrás, que persegue e ameaça trabalhadores em retaliação política. Toda solidariedade e apoio a Ikaro Chaves. Eletrobrás pública já!”, protestou Orlando Silva.

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