FMI vai errar avaliação e país crescerá mais, afirma Lula

Após FMI prever 2,1% de crescimento do Brasil em 2023, governo diz que expectativa é “conservadora” e presidente também aponta para cenário mais positivo

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “o FMI vai errar as previsões, porque o país vai crescer mais do que eles tinham previsto”. A declaração reforça a classificação do governo federal de que a estimativa de crescimento do país apontada pelo Fundo Monetário Internacional, em relatório divulgado nesta segunda-feira (31), é “conservadora”. 

“O mundo vai se surpreender com o Brasil. O FMI vai errar as previsões, porque  o país vai crescer mais do que eles tinham previsto. Nós vamos colher muita coisa no nosso país porque estamos plantando muitas coisas boas. O Brasil vai voltar a crescer e a vida vai melhorar”, disse Lula nesta terça-feira (1º), pelas redes sociais. 

Nota publicada no site do Ministério da Fazenda diz que “o FMI prevê crescimento de 2,1% em 2023 e 1,2% em 2024, convergindo ao longo dos anos seguintes para o potencial da economia brasileira no médio prazo, em torno de 2%. As estimativas do Fundo são consideradas conservadoras pelo governo brasileiro, e estão abaixo da mediana das estimativas de mercado”. 

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Em comunicado feito em meados de julho, a pasta revisou a expectativa de crescimento do PIB deste ano, que saiu de 1,9% para 2,5%. De acordo com o Ministério da Fazenda, o motivo foi a revisão do crescimento do primeiro trimestre do ano, que passou de 1,2% para 1,9%, puxado pela agricultura. Já para 2024, a previsão se manteve em 2,3%.

Além desta questão, o relatório traz uma avaliação positiva quanto à trajetória da inflação, que segue em forte queda, embora observe que o núcleo e as expectativas mostrem maior resistência. 

O resumo do relatório diz que “após uma rápida recuperação da pandemia, a atividade econômica está convergindo para níveis potenciais. A inflação nominal diminuiu rapidamente em relação ao pico do ano passado, mas o núcleo da inflação permanece elevado e as expectativas de inflação estão acima da meta”. 

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Aponta, ainda, que “para atender às preocupações com o custo de vida, o novo governo expandiu o envelope orçamentário de 2023, identificando medidas para recuperar as receitas fiscais. As autoridades também estão embarcando em uma agenda ambiciosa para conduzir uma economia sustentável, inclusiva e verde”. 

A reforma tributária, o novo arcabouço fiscal, o fortalecimento de mecanismos de resolução de disputas tributárias e o programa Desenrola do governo federal são mencionados de forma positiva no relatório. O relatório destaca, também, os fortes mecanismos de resiliência da economia brasileira diante de eventuais choques externos, como a existência de um sistema financeiro saudável, reservas internacionais adequadas, baixa dívida externa, e um robusto “colchão” de liquidez do setor público.