Unisa expulsa alunos envolvidos em ‘masturbação coletiva’
Além da expulsão, a Polícia Civil de São Paulo abriu investigação para identificar a prática dos atos obscenos
Publicado 19/09/2023 10:53 | Editado 19/09/2023 10:56
A Universidade Santo Amaro (Unisa) se pronunciou sobre o incidente na noite desta segunda-feira (18), anunciando a expulsão dos alunos do curso de Medicina envolvidos nos atos. A conduta inaceitável ocorreu após a vitória do time feminino da Unisa sobre atletas da Universidade São Camilo. O Ministério da Educação (MEC) também foi notificado sobre o caso.
Os atos praticados pelos estudantes podem ser tipificados como crime de ato obsceno, de acordo com o artigo 233 do Código Penal, que prevê detenção de três meses a um ano ou multa. A Unisa, repudiando veementemente esse comportamento, informou que já levou o caso às autoridades públicas, contribuindo com as investigações e adotando medidas cabíveis.
Segundo a nota da Unisa, na manhã desta segunda-feira a reitoria da Universidade tomou conhecimento “de publicações em redes sociais divulgadas durante o fim de semana de 16 e 17 de setembro contendo gravíssimas ocorrências envolvendo alunos de seu curso de Medicina”. O texto segue: “De acordo com tais vídeos, alguns alunos, todos do sexo masculino, executaram atos execráveis, ao se exporem seminus e simulares atos de cunho sexual durante competição esportiva envolvendo estudantes de Medicina da Unisa e de outra universidade, realizada na cidade de São Carlos”.
A universidade afirma que “mesmo tendo esses (fatos) ocorridos fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento ainda nesta mesma segunda-feira, com a expulsão dos alunos identificados até o momento”. A Unisa informa ainda que “considerando a gravidade dos fatos, já levou o caso às autoridades públicas, contribuindo prontamente com as demais investigações e providências cabíveis”.
O texto, que é assinado pelo reitor Eloi Francisco Rosa, termina afirmando que a instituição de ensino, “com mais de 55 anos de história”, repudia veementemente esse tipo de comportamento, completamente antagônico à sua história e aos seus valores”.
Polícia investiga atos obscenos
Com a repercussão do caso, a Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação para identificar suspeitos envolvidos no caso. O incidente ocorreu durante a Calomed, um evento universitário que reúne estudantes de Medicina, entre os dias 28 de abril e 1º de maio deste ano. As cenas, divulgadas pela imprensa e nas redes sociais, causaram repúdio e indignação.
Segundo informações apuradas até o momento, estudantes do time de futsal masculino de uma universidade invadiram a quadra e “passaram a desfilar nus logo após o time para o qual torciam vencer uma partida de vôlei feminino contra outra instituição”.
“Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra. Por conta do ocorrido, a Polícia Civil determinou o registou um boletim de ocorrência na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos e enviará requisições às universidades envolvidas e à Secretaria de Esportes da Prefeitura Municipal de São Carlos”, diz a nota.
Entenda o caso
Estudantes do curso de Medicina da Universidade Unisa, em São Paulo, estão enfrentando críticas e indignação nas redes sociais devido a um comportamento chocante durante uma partida de vôlei feminino. Em um vídeo viralizado, cerca de 20 estudantes, membros do time de futsal da Unisa, abaixaram as calças e correram pela quadra, simulando uma “Volta Olímpica” enquanto tocavam suas partes íntimas. Em outro vídeo, eles foram vistos na plateia, exibiram um jogo feminino e realizaram uma simulação coletiva de masturbação, apelidada de “punhetaço”.
O ocorreu durante uma partida contra a Universidade São Camilo, que confirmou o incidente ocorrido, mas não relatou qualquer denúncia de importunação sexual por parte de suas alunas na época. A Universidade São Camilo repudiou o comportamento e destacou não compactuar com atos que violam o pudor e os bons costumes.
O caso gerou repúdio de diversas entidades estudantis, incluindo a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes (UEE), que pedem a punição dos envolvidos, incluindo o Centro Acadêmico e a Atlética da própria Instituição. O caso gerou indignação e levantou questões sobre importunação sexual, mas até o momento não foram feitas notificações individuais do crime.
“Absurdas as cenas dos alunos de medicina da da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino. Não podemos tolerar que casos como esse continuem acontecendo. A nossa luta sempre será por um ambiente universitário sem machismo e sem assédio!”, escreveu a UNE em suas redes sociais.
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com agências