Os desafios dos estudantes do RN: nossos sonhos não são negociáveis

Precisamos criar um ambiente preparado não só em estrutura, mas em ensino qualificado, em alimentação e em segurança para os nossos estudantes. A escola é, muitas vezes, o espaço de acolhimento daqueles que enfrentam no dia a dia uma dura realidade

Foto: Milena Nogueira

A conjuntura política nos permite sonhar, elegemos uma professora Governadora e não aceitamos menos que o máximo de investimento na educação. Neste artigo, exploraremos a realidade das escolas e dos estudantes do ensino público e a importância de termos uma educação gratuita, plural e de qualidade.

Por muito tempo, o Rio Grande do Norte foi um estado governado por aqueles que tinham como inimigo número um, os estudantes potiguares, mas viramos o jogo e colocamos no centro das decisões, uma professora, originária da classe popular e que construiu a sua luta política na defesa daquela que tem que ser a menina dos olhos do Brasil, a educação pública.

Na primeira eleição, tivemos, apesar das dificuldades, dos problemas hierárquicos e da pandemia da covid-19, um grande avanço, tivemos melhor dizendo, o maior investimento na educação que o estado já havia feito em sua história, foram 400 milhões para o “Programa Nova Escola Potiguar” que tinha e tem como objetivo construir os Institutos Estaduais de Educação, reestruturar as escolas já existentes, reduzir o analfabetismo, capacitar e formar educadores e adquirir novos equipamentos. Entretanto, apesar de volumoso, esse ainda não foi suficiente para conter os danos e estabilizar o ensino público do RN.

O momento atual que deveria ser para celebrar o novo ciclo político, coloca os estudantes em uma realidade preocupante: falta de merenda nas escolas, precariedade da infraestrutura, péssima qualidade de ensino e a escassez de um transporte escolar adequado. O estado entra em um estado alarmante, uma verdadeira crise na educação potiguar.

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A negligência do governo com a educação precisa ser amplamente discutida; este caminho, de falta de prioridade afeta vidas que precisam ser cuidadas. A educação além de ser um mecanismo de transformar a realidade, constrói o futuro de muitas gerações e precisa ser respeitada e valorizada. Uma vez que não se comprometem, colocam em risco o futuro de milhares de jovens que precisam cursar o ensino médio e ingressar no ensino superior.

Precisamos criar um ambiente preparado não só em estrutura, mas em ensino qualificado, em alimentação e em segurança para os nossos estudantes. A escola é, muitas vezes, o espaço de acolhimento daqueles que enfrentam no dia a dia uma dura realidade, com isso, não só, mas também, quando esse espaço confortável é afetado, cresce-se o número de evasão e abandono escolar, a situação econômica coloca os estudantes na posição de precisar escolher entre trabalhar ou estudar, certamente, a escolha será colocar comida na mesa, ninguém estuda ou sobrevive com fome, por isso, é fundamental a manutenção dos nossos sonhos.              

Com todo o esforço, os estudantes terão papel de protagonismo na transformação das suas próprias realidades e das escolas que queremos. Ao lutar por uma educação de qualidade, temos o poder de moldar o nosso presente e o futuro das próximas gerações. Queremos e podemos alcançar uma escola e uma educação que verdadeiramente faça a diferença. Não negociaremos nossos sonhos, queremos mais investimento nas nossas escolas!

Gabriela Leopoldo é estudante do Rio Grande do Norte e Diretora de Políticas Institucionais da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES.

Igor Kauã é estudante do município de Parnamirim no Rio Grande do Norte e Diretor de Políticas Institucionais da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Natal – UMES Natal.