‘Enem dos Concursos’ para preencher 6,5 mil vagas já tem cronograma
Edital em dezembro e posse até agosto de 2024, o Concurso Público Nacional Unificado teve adesão de 20 instituições públicas para selecionar novos servidores
Publicado 04/10/2023 16:32 | Editado 06/10/2023 12:00
O Concurso Público Nacional Unificado, chamado de “Enem dos Concursos”, teve adesão de 20 órgãos e entidades nacionais e com isso serão ofertadas 6.590 vagas no serviço público federal.
Os números foram confirmados pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em coletiva na última semana. O inovador modelo estabelecido pelo Decreto 11.722/2023 visa aplicar de forma simultânea provas em todos os Estados e no Distrito Federal para preenchimento de vagas em cargos públicos nacionais. O certame deverá ocorrer em 180 municípios.
A iniciativa grandiosa preconiza a igualdade de oportunidades entre os candidatos ao padronizar procedimentos na realização das provas e o aprimoramento dos métodos de seleção para o serviço público federal.
E os candidatos já podem começar a se preparar, pois o cronograma já tem datas previstas. Segundo a ministra, o edital deverá ser publicado até 20 de dezembro, o concurso realizado até março de 2024 e a posse dos primeiros convocados até agosto de 2024.
Veja o cronograma inicial previsto:
Abaixo, a tabela e quantidade de vagas por órgão que solicitou a adesão:
Instituições | Vagas |
FUNAI | 502 |
INCRA | 742 |
MAPA | 520 |
MGI e transversais | 1480 |
MS | 220 |
MTE | 900 |
ANTAQ | 30 |
MDIC | 110 |
PREVIC | 40 |
ANEEL | 40 |
ANS | 35 |
IBGE | 895 |
MJSP | 130 |
MCTI | 296 |
MINC | 50 |
AGU | 400 |
MEC | 70 |
MDHC | 40 |
MPI | 30 |
MPO | 60 |
TOTAL | 6.590 |
Funcionalismo público
Ao contrário do senso comum disseminado de que o serviço público brasileiro é inchado, é importante ressaltar que o Brasil está atrás de diversos países – tidos como exemplo de desenvolvimento – na proporção de servidores em relação à população em condições de trabalhar.
Dos cerca de 91 milhões de trabalhadores brasileiros, apenas 11,3 milhões estão no serviço público, o que representa 12,45%, segundo o instituto República.org, que reúne dados da Organização Internacional do Trabalho – OIT (em inglês International Labour Organization), agência da ONU.
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A maior proporção de servidores com base na força de trabalho é da Dinamarca (30,22%), seguido por Suécia (29,28%) e Austrália (28,29%). Até mesmo países considerados exemplos pela direita nacional possuem uma maior proporção que o Brasil, sendo que os Estados Unidos tem 13,56% e o Chile 13,1% na proporção de servidores públicos, ou seja, o argumento de uma máquina inchada não faz sentido.
No entanto, isso não exclui a necessidade de reformular certas carreias e setores com privilégios em demasia em comparação com outras, tanto na questão de salários como de benefícios – o que deve ocorrer nas reformas administrativas que já aparecem no horizonte.
Apesar disso, a contratação e valorização dos servidores nacionais se faz necessária depois de anos de descaso nos governos Temer/Bolsonaro, em que não houve reajustes para o funcionalismo e diversos órgãos tiveram a atuação comprometida por falta de funcionários, como o Portal Vermelho destacou no caso das agências reguladoras.
Com base nisso, o governo Lula, além de promover o Enem dos Concursos, reajustou em 9% os salários dos servidores federais, beneficiando 1,1 milhão de pessoas.