Estudantes da USP definem rumos da greve em nova assembleia

Professores optam pela suspensão das paralisações, enquanto alunos se reúnem nesta quarta. Reitoria divulga documento com propostas e compromissos

Foto: Esquerda Diário

A continuidade da greve da Universidade de São Paulo (USP) iniciada em 20 de setembro será deliberada em nova Assembleia Geral realizada pelos estudantes nesta quarta-feira (11), que será realizada no vão livre do prédio da Geografia e História, na Cidade Universitária, em São Paulo.

O momento é crucial para o movimento estudantil, sendo que a reitoria apresentou suas propostas e os professores reunidos pela Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo) decidiram por suspender a paralisação que mantinham.

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Os docentes informaram a decisão, mas reforçaram o apoio ao movimento estudantil. Os estudantes reivindicam melhores condições de ensino e permanência e contratações de mais professores.

No site da Associação são destacados alguns tópicos de endosso à continuidade da mobilização pelos alunos e que a entidade realizará as seguintes atividades:

  • campanha denunciando a política de contratação docente que implica concorrência entre unidades, departamentos e/ou grupos de docentes;
  • continuidade da divulgação de dados sobre a perda de docentes, com estudo sobre transferência de claros das humanidades para outras áreas;
  • divulgação de declaração da assembleia chamando a atenção da categoria sobre as consequências de tal política;
  • envio de carta à Reitoria contendo balanço dos avanços obtidos pelo movimento estudantil, apontando a persistência de problemas que devem ser sanados e instando a Reitoria a receber a Adusp.

No mesmo caminho em uma assembleia de alunos da Escola Politécnica, que reúne as engenharias da USP, ficou decidido pela não continuidade da greve na unidade.

Reitoria

Pelo lado da reitoria foi reafirmado alguns compromissos sistematizados em documento entregue aos estudantes na terça (10).

O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior entregou em mãos a proposta que coloca, entre outras coisas, que “a Reitoria disponibilizará imediatamente 1.027 vagas docentes, sendo que 879 já faziam parte da política de contratação da Universidade e 148 novas vagas serão distribuídas de acordo com as perdas ocorridas em cada unidade no ano de 2022”. 

Ao todo são 24 pontos no documento que podem ser conferidos aqui.

Sintusp

Os funcionários da universidade reunidos pelo Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo) também realizam assembleia nesta quarta (11). Na pauta o indicativo de entrarem em greve.

Conforme traz em seu site, o Sindicato coloca que a “greve estudantil colocou em evidência os problemas que a Universidade acumula há anos”.

No que diz respeito estritamente aos trabalhadores é posto que o plano de contratação do atual reitor é “risível”, pois repõe apenas cerca de 10% do número de funcionários perdidos. 

“Tínhamos mais de 17 mil funcionários em 2014, hoje estamos próximos de 13 mil. A promessa de Carlotti é contratar cerca de 400 funcionários até o final de sua gestão, e só começar a repor as perdas dos anos anteriores a partir de 2022”, aponta os trabalhadores por meio do Sintusp.