Israel ignora resolução da ONU e segue com cerco a Gaza

Israel segue ocupando Al-Shifa, maior hospital de Gaza, em mais um crime de guerra contra o povo palestino. Resolução foi aprovada nesta quarta (15).

Foto: Reprodução

Dois dias após a aprovação da resolução de Malta, aprovada pelo Conselho de Segurança, nesta quarta (15), o exército de Israel segue ignorando as determinações da ONU sobre a pausa humanitária.

Nesta sexta (17), quatro recém-nascidos prematuramente morreram no hospital al-Shifa, em Gaza, devido à falta de combustível para o funcionamento da unidade de saúde, além da escassez de oxigênio e outros insumos.

De acordo com a emissora Al-Jazeera, os médicos já esperam outras cinco mortes. É exatamente essa situação que a resolução de Malta aprovada pelo Conselho de Segurança procura evitar.

O texto prevê:

  • Ênfase na proteção de crianças na Faixa de Gaza.
  • Uma pausa nos ataques, que deverá permanecer em vigor por um número de dias suficiente para a chegada de ajuda humanitária à população civil do território palestino.
  • Garantia de “fornecimento contínuo, suficiente e sem entraves de bens e serviços essenciais — incluindo água, eletricidade, combustível, alimentos e suprimentos médicos”.

Após a aprovação, no entanto, Israel invadiu o maior hospital de Gaza com suas forças armadas cometendo mais um crime de guerra.

Testemunhas descreveram nos últimos dias condições horríveis dentro do complexo hospitalar, com procedimentos médicos, incluindo partos, realizados sem anestesia, famílias com escassez de comida ou água vivendo nos corredores e o fedor de cadáveres em decomposição enchendo o ar. Uma vala comum foi aberta no hospital, onde já foram enterrados 179 corpos, informou na terça-feira o diretor do hospital, o médico Mohammed Abu Salmiya.

O comportamento israelense desafia as vozes democráticas da comunidade internacional, que tem tomado as ruas para gritar pela justiça ao povo palestino.

A insistência das autoridades de Tel Aviv em rejeitar o cessar-fogo também tem incomodado os líderes do mundo, incluindo a própria ONU enquanto entidade. Nem mesmo a resolução apresentada por Malta, que teve de retirar o termo “cessar-fogo” do texto para ser aprovada, conseguiu convencer Israel.

À medida que as ofensivas continuam, autoridades do mundo dão o passo à frente e tentam intimidar o governo israelense da forma que podem. A Bolívia já cortou os laços diplomáticos; Bahrein não quer mais se relacionar economicamente; Colômbia e Chile convocaram seus embaixadores.

Autor