Após conversa com Itamaraty, Israel finalmente libera brasileiros para voltarem ao Brasil

Brasileiros aguardam liberação no posto fronteiriço de Rafah desde às 7 horas da manhã do horário local e devem chegar ao Brasil neste domingo (12).

Foto: Reprodução

Apesar da má vontade israelense, a diplomacia brasileira finalmente conseguiu nesta quinta (10) incluir os brasileiros na lista de pessoas autorizadas a cruzar a fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

Os brasileiros já se encontram no posto fronteiriço de Rafah, desde às sete horas da manhã (duas horas da manhã no horário de Brasília) desta sexta (10), à espera da chamada para os trâmites necessários para a entrada no Egito, e posterior repatriação para o Brasil.

A lista de estrangeiros que deixarão a região pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, foi disponibilizada às autoridades estrangeiras com o nome de 33 pessoas da lista do Brasil. Ao todo, são 34 brasileiros e parentes próximos no local.

O Itamaraty tenta incluir o nome da avó de Shahed al-Banna, jovem de 18 anos que foi autorizada a cruzar a fronteira. Al-Banna ficou famosa por relatar em vídeos o dia a dia do conflito.

A expectativa é que eles saíam do Egito no sábado e cheguem ao Brasil no domingo. Desde o dia 12 de outubro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disponibilizou uma aeronave para resgatar os brasileiros em Gaza.

A aeronave presidencial foi acionada em caráter de urgência e tem capacidade para transportar 40 passageiros.

Foram necessárias muitas negociações do governo brasileiro com as autoridades da região desde a primeira lista de estrangeiros que deixaram a Faixa de Gaza, no 1 de outubro.

Nesta quinta, o ministro do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ligou novamente para o chanceler israelense Eli Cohen, que reassumiu o compromisso pela liberação dos brasileiros.

O telefonema foi o quarto contato entre os dois ministros para tratar do assunto, e o primeiro desde a liberação de estrangeiros.

As negociações envolveram também conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os presidentes de Israel, Isaac Herzog; do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi; e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Um acordo chegou a ser desenhado para que Israel liberasse a saída dos brasileiros na quarta-feira (8), mas a chancelaria local alegou não ter sido possível cumprir graças a um fechamento inesperado da fronteira.

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Apenas países alinhados nas primeiras listas

Nos primeiros dias de abertura da fronteira para a retirada de palestinos com dupla cidadania e estrangeiros, a maioria dos cidadãos liberados são de países alinhados com Israel.

Até a última sexta, quando foram liberadas as primeiras três levas de estrangeiros, dos 571 autorizados, 367 são cidadãos americanos e 127 britânicos (ambos países vetaram resoluções no Conselho de Segurança da ONU alinhados com a chancelaria israelense).

O claro privilégio dado a cidadãos americanos coincide também com a segunda visita à Israel do secretário de Estado americano, Antony Blinken desde o início do conflito.

Já foram liberados cidadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Checa, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coréia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka, Chade e Alemanha.

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