“Engenheiro Fantasma” vence livro ano do Prêmio Jabuti 2023

Livro de poemas coloca autor vivendo na pele de Bob Dylan em viagem à Argentina; concurso teve 4.245 obras inscritos em 21 categorias

Fabricio Corsaletti durante cerimônia do Prêmio Jabuti no Theatro Municipal de São Paulo | Foto: reprodução/Youtube

Nesta terça-feira (5), a 65ª edição do Prêmio Jabuti, a mais prestigiada honraria literária do Brasil, premiou a obra “Engenheiro Fantasma” como o Livro do Ano de 2023. Escrito por Fabrício Corsaletti e publicado pela Companhia das Letras, a obra de poemas mergulha na imaginação do autor vivendo a experiência de Bob Dylan em uma viagem à Argentina.

A competição, que viu a inscrição de 4.245 obras distribuídas em 21 categorias, não apenas reconheceu Corsaletti com o título principal, mas também entregou uma premiação de R$ 70.000 e uma viagem inédita à Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento literário mundial voltado para negócios na indústria editorial.

Com cinco finalistas distribuídos em 20 categorias, cada vencedor de sua respectiva recebeu R$ 5.000 e uma estatueta, destacando o talento e a excelência presentes na literatura brasileira contemporânea.

Uma das novidades desta edição foi a introdução da categoria Escritor Estreante, destinada a autores que tenham publicado sua primeira obra em língua portuguesa no Brasil entre janeiro e dezembro de 2022. O premiado deste ano foi Paulo Fehlauer, com “Extremo Oeste”, editado pela Cepe.

O Prêmio Jabuti, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), se destaca por sua abrangência ao dividir-se em quatro eixos fundamentais: literatura, não-ficção, produção editorial e inovação. Desde sua inauguração em 1958, a premiação firmou-se como o mais proeminente reconhecimento nacional do universo literário, tornando-se uma referência crucial no cenário cultural do país.

Além de seu papel fundamental em reconhecer e divulgar a literatura, as artes e as ciências produzidas no Brasil, o Prêmio Jabuti também valoriza todas as etapas de produção envolvidas na criação de um livro, evidenciando a importância de cada elo na complexa cadeia editorial.

Confira lista de vencedores abaixo:

Eixo: Literatura

  • Conto: “Educação Natural: textos póstumos e inéditos”, de João Gilberto Noll (Record);
  • Crônica: “Título Por quem as panelas batem”, de Antonio Prata (Companhia das Letras);
  • Histórias em Quadrinhos: “Mukanda Tiodora”, Marcel D’Salete (Veneta);
  • Infantil: “Doçura”, de Anna Cunha e Emília Nuñez (Tibi Livros);
  • Juvenil: “Óculos de cor: ver e não enxergar”, de Lilia Moritz Schwarcz e Suzane Lopes (Companhia das Letrinhas);
  • Poesia: “Engenheiro fantasma”, de Fabrício Corsaletti (Companhia das Letras);
  • Romance de Entretenimento: “Dentro do nosso silêncio”, de Karine Asth (Bestiário);
  • Romance Literário: “Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado”, de Ruy Castro (Companhia das Letras).

Eixo: Não Ficção

  • Artes: “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, de Sérgio Burgi (IMS);
  • Biografia e Reportagem: “Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro”, de Fabio Victor (Companhia das Letras);
  • Ciências: “Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor”, de Matthew Shirts (Claro enigma);
  • Ciências Humanas: “Humanamente Digital: inteligência artificial centrada no humano”, de Cassio Pantaleoni (Unità Educacional);
  • Ciências Sociais: “Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro”, de Marcos Nobre (Todavia);
  • Economia Criativa: “Receitas do Favela Orgânica”, de Regina Tchelly (Senac Rio).

Eixo: Produção Editorial

  • Capa: “Mensagem”, da capista Flávia Castanheira (Todavia);
  • Ilustração: “A notável história do homem-listrado”, da ilustradora Fayga Ostrower (EDUFRN);
  • Projeto Gráfico: “Expresso 2222”, de Ana Oliveira, Paulo Chagas (Iyá Omin);
  • Tradução: “Finnegans Rivolta”, da organizadora Dirce Waltrick do Amarante (Iluminuras).

Eixo: Inovação

  • Escritor Estreante: “Extremo oeste”, de Paulo Fehlauer (Cepe);
  • Fomento à Leitura: Álbum “Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas”, de Evanir de Oliveira Pinheiro;
  • Livro Brasileiro Publicado no Exterior: “Marrom e amarelo” (Alfaguara, And Other Stories).

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