Segunda parcela do décimo terceiro injetará R$ 106 bi na economia

CNC diz que a expectativa é de que, não haverá predomínio na quitação ou abatimento de dívida. Compras no comércio devem voltar neste fim de ano

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A segunda parcela do décimo terceiro deve injetar R$106 bilhões na economia neste final de ano, de acordo com um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O pagamento da última parcela será realizado até 20 de dezembro.

Somadas as duas parcelas, ao todo o décimo terceiro pagará R$267,6 bilhões ao final de 2023, montante é 6,2% maior do que os R$ 251,9 bilhões pagos ao longo do ano passado, já descontada a inflação.

O valor médio do benefício equivale a R$ 2.980, revelando, portanto, avanço real em relação aos R$ 2.882 pagos em 2022.

De acordo com a CNC, em 2023, os gastos no comércio deverão voltar a liderar a intenção de alocação dos recursos oriundos da segunda parcela do décimo terceiro salário. A previsão da confederação é que R$ 37,35 bilhões sejam injetados no setor.

Nos últimos dois anos, o direcionamento predominante da verba do décimo terceiro foi utilizada para o pagamento de dívidas.

“Ao contrário dos dois últimos anos, o não predomínio de gastos na quitação ou abatimento de dívidas se justifica diante da inflexão na taxa de juros ao consumidor e do comprometimento médio da renda familiar. Embora o grau de comprometimento da renda médio dos brasileiros permaneça acima de 30% desde setembro de 2021, já há evidências de recuo desse indicador, de acordo com dados do Banco Central”, destaca a entidade.

Entre setembro de 2022 e o mesmo mês deste ano, houve recuo de 31,4% para 30,3%. A CNC estima que, em dezembro de 2023, esse indicador se situará em 30,1%.

Para a CNC, a mudança no comportamento do pensionista deriva da expansão da renda e do emprego ao longo do ano, bem como do recuo da taxa média de juros nas operações envolvendo pessoas físicas.

De acordo com o Banco Central (BC), em setembro de 2023, o custo do crédito se situava em 57,3%, indicando tendência de declínio ante o pico alcançado em maio deste ano (59,7% ao ano).

Para o comércio, a concentração da segunda parcela do décimo terceiro no mês de dezembro representa o período de maior aquecimento das vendas. Historicamente, a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas (33%).

No comércio varejista, os segmentos mais impactados pela injeção da segunda parcela do décimo terceiro salário devem ser os hiper e supermercados (R$ 17,15 bilhões), o ramo de combustíveis e lubrificantes (R$ 6,13 bilhões), lojas de vestuário e calçados (R$ 4,47 bilhões) e produtos de farmácia, perfumaria e cosméticos (R$ 3,86 bilhões).

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