6º Congresso da Unegro em Salvador impulsiona luta antirracista no Brasil

Nova direção diversificada liderará a luta pela representatividade e políticas públicas para a população negra; encontro reuniu cerca de 700 participantes nos três dias de evento

Foto: reprodução/facebook/Unegro Bahia

No último fim de semana, Salvador foi o epicentro do 6º Congresso Nacional da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), um evento massivo que reuniu mais de 700 representantes de 17 estados do Brasil. O objetivo principal foi impulsionar discussões sobre um novo projeto para o país, colocando em destaque a representatividade do povo negro e a necessidade de políticas públicas mais incisivas no combate ao racismo, tanto em âmbito nacional quanto internacional.

Destaques do congresso

O congresso marcou também a eleição da nova direção que estará à frente da Unegro no próximo quadriênio. O grupo será liderado por figuras como o ex-presidente da Unegro-SP, Julião Vieira; a presidente da Unegro-BA e vice-presidente do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Marina Duarte; e o pedagogo e professor da Universidade do Estado do Pará, Vanderlei Negritude. Essa liderança diversificada visa representar a integração da população negra de diferentes regiões do país na luta pela superação do racismo, abrangendo áreas como Sul/Sudeste, Nordeste e Amazônia.

Marina expressou sua satisfação com a amplitude alcançada pelo evento. “A gente conseguiu formar grupos de trabalho que deram um recado do que queremos para esse novo projeto de Brasil, nessa retomada de políticas públicas que atingem diretamente a nossa população negra”, disse na ocasião.

O professor Vanderlei reforçou a importância do encontro e sua representação nacional, destacando a necessidade de um plano de luta para um desenvolvimento mais inclusivo. “Retorno ao meu estado do Pará com energia renovada e disposição para combater o racismo no Brasil”. Já o presidente recém eleito, Julião enfatizou a necessidade de políticas públicas e da promoção da igualdade racial para a população negra.

A construção de um novo paradigma nacional

Um ato político e outro cultural abriram o congresso no Hotel Real Classic Bahia, na Pituba, na sexta-feira (8). A deputada estadual e secretária nacional de Combate ao Racismo do PCdoB, Olívia Santana, foi quem abriu o evento. “Precisamos construir um novo projeto nacional de desenvolvimento antirracista, feminista, que seja a cara do povo brasileiro”, afirmou.

Ângela Guimarães, ex-presidente da Unegro e atual secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), ressaltou a necessidade de organização na luta antirracista para a reconstrução do país, enfatizando que a “reconstrução desse país não pode ser sem nós, negras e negros e as mulheres negras nos espaços de poder”.

Foto: reprodução/Facebook/Unegro Bahia

Ao final, Edson França, agora ex-presidente Nacional da Unegro, ressaltou a importância do Congresso como um meio de fortalecer a comunidade negra para enfrentar os desafios persistentes na busca pela igualdade racial, especialmente nos espaços de poder. Ele ressaltou a relevância do próximo ano, ano de eleição, para debater o Brasil a partir das bases e influenciar as candidaturas e plataformas eleitorais.

Edson França, ex-presidente da Unegro

 “O ano que vem é um ano de eleição, é um ano de muito debate no país, é um ano que a gente vai discutir o Brasil a partir das bases. Vereador, prefeito, são as bases. Instituição à base da institucionalidade nacional. Nós vamos estar discutindo isso, vamos estar apresentando nossa plataforma, vamos estar influenciando as candidaturas, influenciando as plataformas eleitorais, o debate político e ajudando a fazer crescer, fazer crescer o antirracismo no Brasil”, disse na ocasião.

O evento também contou com a presença de personalidades e parlamentaras de peso, entre eles a deputada federal Alice Portugal, a vereadora de Lauro de Freitas/BA, Luciana Tavares; a vereadora de Campina Grande/PB, Jô Oliveira; Gerson Pinheiro, secretário estadual de Igualdade Racial do Maranhão;  representantes de movimentos sociais, como Caio Botelho, do Comitê Palestina e Gilberto Leal, da Coordenação Nacional de Entidades Negra (CONEN), Andrey Lemos, fundador da UNALGBT e representantes dos ministérios da Saúde, Direitos Humanos e Igualdade Racial.

Foto: reprodução/Facebook/Unegro Bahia

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Foto: reprodução/Facebook/Unegro Bahia

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com informações de agências

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