Copom reduz Selic e Tesouro pode economizar R$309,5 bilhões

Selic fecha 2023 em 11,75% ao ano. Caso a previsão do Boletim Focus se confirme, ao final de 2024, com a taxa em 9,5% ao ano, o governo deve poupar outros R$264,4 bilhões.

Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu, nesta quarta (13), os juros em 0,5 ponto percentual, de 12,25% para 11,75% ao ano. O quarto corte consecutivo na taxa Selic pode economizar R$309,5 bilhões com o custo da dívida pública até o fim de 2024.

A redução desta quarta pode gerar uma economia de R$45,1 bilhões. No fim do próximo ano, com a taxa básica de juros em 9,5% ao ano, previsão do Boletim Focus desta segunda (11), o governo deve poupar R$264,4 bilhões, segundo estimativas de economistas ligados aos grandes bancos.

Em comunicado, o comitê informou que continuará a promover novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, sem detalhar, no entanto, quando o novo ciclo de redução do juros se encerrará. Segundo o Banco Central (BC), o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária”, ressaltou o Copom.

Segundo o documento, o ambiente é caracterizado por um estágio do processo desinflacionário “que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador”.

O colegiado ressaltou, também, que o conjunto dos indicadores da atividade “segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom”.

A leitura dos membros do comitê é que o ambiente externo segue volátil, no entanto, menos adverso – e continua exigindo cautela por parte de países emergentes. “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”.

A Selic está no menor nível desde maio do ano passado, quando também estava em 11,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Por um ano, de agosto de 2022 a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. No período, os juros real no Brasil foram

A taxa Selic é uma espécie de referência para a economia nacional. Sua redução tende a baratear empréstimos e financiamentos, estimulando o crescimento da atividade econômica, a geração de empregos e renda.

O corte nos juros foi uma exigência do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos primeiros sete meses de gestão, a equipe ministerial e setores da sociedade civil pressionaram a autoridade monetária reverter o ciclo contracionista.

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