Queda no apoio ocidental e resiliência russa desafiam futuro da guerra na Ucrânia

A resiliência da economia russa, as dificuldades na UE e o possível corte no apoio militar dos EUA destacam os desafios que a Ucrânia enfrentará no futuro próximo.

Obstáculo: o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, bloqueia a ajuda da União Europeia à Ucrânia.

O inverno de 2023-2024 marca um período de crescente tensão entre o Ocidente e uma Rússia cada vez mais agressiva, segundo o artigo do editor sênior de Assuntos Internacionais, Jonathan Este, no The Conversation US. Enquanto a noção de uma nova Guerra Fria pode parecer simplista, a incerteza na relação entre a OTAN e a Rússia é mais palpável do que em qualquer momento desde o final da década de 1980.

Este ano, marcado pelo aumento significativo nos gastos militares russos, as tensões se intensificaram em meio a incertezas sobre o papel da OTAN e aliados ocidentais. A situação na Ucrânia é crítica, com a necessidade de resistir a possíveis avanços russos e treinar novos recrutas. As divergências na OTAN e na União Europeia sobre o fornecimento contínuo de armamentos à Ucrânia aumentam a urgência de encontrar soluções para o bloqueio no financiamento.

Este destaca a incerteza da linha tênue entre o Ocidente e a Rússia, levantando preocupações sobre uma possível escalada na guerra da Ucrânia e a necessidade de uma resposta coesa da OTAN. Uma conquista total da Ucrânia pela Rússia teria implicações significativas, estendendo a fronteira russa até a Polônia, Hungria, Eslováquia e Romênia, expondo Moldávia a potenciais ameaças.

Para ele, a necessidade dos planejadores militares dos EUA considerarem a manutenção de uma força de dissuasão suficiente para contrapor movimentos chineses em Taiwan, aumenta ainda mais os desafios geopolíticos.

O pedido de Volodymyr Zelensky por 500.000 novas tropas destaca a urgência, mas as lutas internas nos EUA e na UE para aprovar a ajuda necessária geram dúvidas sobre a eficácia dessa mobilização. As lutas no congresso dos EUA e na UE para aprovar mais de £100 bilhões em ajuda para Kiev destacam a urgência e as barreiras para garantir o apoio financeiro necessário.

A divisão entre os membros da OTAN e da UE sobre o fornecimento de armas para a Ucrânia reflete os dilemas enfrentados por essas organizações diante da crescente assertividade russa.

A posição do presidente húngaro, Viktor Orbán, cria obstáculos significativos para a aprovação do pacote financeiro da UE para a Ucrânia, aumentando as pressões diplomáticas na região. A oposição ao pacote financeiro cria desafios adicionais, sinalizando possíveis complicações futuras para a adesão ucraniana à UE.

Tanto Zelensky quanto Putin mantêm suas posições intransigentes, complicando os esforços diplomáticos e de paz. As declarações de Zelensky e Putin sobre seus objetivos de paz e guerra indicam uma falta de recuo nas ambições, aumentando as preocupações sobre a escalada do conflito.

A alta aprovação de Putin, apesar das sanções ocidentais, levanta questões sobre a estabilidade política russa e a eficácia de estratégias autocráticas. A reeleição provável de Putin reforça a estabilidade das instituições russas, apesar dos objetivos iniciais de tentar enfraquecer e derrubá-lo do controle sobre o país. Apesar das sanções ocidentais, a economia russa parece resiliente, desafiando as expectativas e destacando a eficácia das medidas adotadas pelo Kremlin.

O aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia, aliado à complexidade das relações geopolíticas, apresenta desafios significativos para a OTAN, UE e a comunidade internacional como um todo. O financiamento para a Ucrânia, as divergências entre os aliados ocidentais e a dinâmica política interna russa serão fatores cruciais a serem observados nos próximos meses, enquanto o mundo permanece atento ao desdobramento dessa delicada situação internacional.

A incerteza sobre o futuro da Ucrânia, aliada à postura assertiva de Putin, exige uma análise cuidadosa das implicações para a estabilidade internacional. A diplomacia e a cooperação internacional serão fundamentais para enfrentar os desafios iminentes e promover soluções duradouras.

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