Cubana Mireya Luis exalta papel de Fidel para o esporte

No Brasil pelo projeto Sesc Verão de São Paulo, a tricampeã olímpica ainda destaca período em que viveu rivalidade com brasileiras e orgulho de ser mulher negra e latina

Fidel e Mireya. Foto: Reprodução

Convidada pelo projeto Sesc Verão de São Paulo, a cubana Mireya Luis Hernandes, tricampeã olímpica (Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Sydney 2000) e bicampeã mundial de vôlei (Brasil 1994 e Japão 1998), está no Brasil e falou de passagens de sua carreira em entrevistas que concedeu.

A lendária atleta cubana marcou época pelos seus ataques, com impulsão de 3 metros e 35 centímetros, mesmo tendo 1m 75 cm de altura. Mireya hoje faz parte do Comitê Olímpico Internacional (COI) e desenvolve o vôlei de praia da Federação Cubana. Ela faz parte do Hall da Fama do Voleibol desde 2004.

Mireya Luis. Foto: Arquivo Pessoal

Na agenda brasileira, ela participa de oficinas e de palestras do Sesc com jogadoras brasileiras que enfrentou no seu tempo áureo nos anos 90, como a ex-ministra do esporte Ana Moser, Fofão, Virna entre outras.

Para o portal Sesc, ela falou que tem ótima recordações das disputas com o Brasil, que chegou no auge da rivalidade em 1996, no Jogos de Atlanta. A ex-atleta diz que lembra de como a equipe brasileira estava focada na ocasião e diz que a rivalidade foi natural, sem nada desagradável, somente ocasionada pela vontade de cada seleção subir mais alto no pódio.

Ao portal Alma Preta, Mireya destacou o orgulho em ser mulher negra e latina, sendo que seu esforço foi importante para o reconhecimento de que as mulheres podem estudar, ter profissão e trazer medalhas para sua nação, como ela fez.

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Na entrevista para a Folha, a tricampeã olímpica falou com saudosismo sobre o revolucionário e presidente cubano Fidel Castro, que faleceu em 2016. Ela recordou que manteve uma forte relação de amizade com Fidel, apontado como adorador dos esportes e como valorizador dos atletas do país. A cubana lembra que o presidente recebia os atletas no palácio de braços abertos, independente de vitória ou derrota, e que isso as estimulava muito, sabendo da relação intrínseca entre o esporte e a política para a ilha.

A ex-atleta se mostrou alegre ao estar no Brasil, mas disse lamentar que muitos brasileiros de extrema-direta utilizem a expressão “vai para Cuba” de forma negativa. O repórter apresentou o importuno dito nacional a Mireya que, na sequência da entrevista ao lembrar de etapas de sua carreira, finalizou – agora com uma expressão de seu país – convidando todos a conhecerem, efetivamente, Cuba: “Conheçam Cuba primeiro, vivam Cuba primeiro, depois o estrangeiro”, disse ao jornal.

*Com informações Sesc, Alma Preta e Folha de S.Paulo