Lula escala Tebet para visitar países sul-americanos com o PAC Integração

Integração regional deverá ser reforçada pelo governo com vistas de ampliar as exportações comerciais brasileiras. São cinco rotas já definidas e orçamento provisionado

Foto: Ricardo Stuckert

Nesta segunda-feira (22), o presidente Lula sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA 2024), que garante o orçamento de 2024 para o Brasil. Desde que foi encaminhada pelo governo ao Congresso, a Lei sofreu modificações até chegar na mesa de Lula para a sanção. Neste vaivém de projetos que demandam recursos, inclusões dos deputados e senadores, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, teve que lidar com novos números e acertar a rota orçamentária.

Mas passada essa fase a nova dedicação de Tebet deverá ser o progresso das obras do PAC Integração, com vias de ampliar o desenvolvimento regional na América do Sul, principalmente com os países fronteiriços com o Brasil.

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Segundo o Estadão, a ministra deverá iniciar uma série de viagens em fevereiro para dar conta de avançar com projetos já iniciados e colocar outros em execução.

Inclusive nesta segunda ela esteve com o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, para tratar sobre a Rila (Rota de Integração Latino-Americana) que vai do estado ao Oceano Pacífico, permitindo encurtar o tempo ao mercado asiático pela rota bioceânica.  O projeto também é conhecido como Rota de Capricórnio e abrangerá “desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile”.

Outros quatro eixos/rotas de integração são:

  • Rota da Ilha das Guianas, que inclui integralmente os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela;
  • Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
  • Rota do Quadrante Rondon, formado pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru; e
  • Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.

A ministra disse ao jornal que as obras de integração sul-americana previstas para serem entregues entre 2026 e 2027 já estão todas no PAC e com todo o orçamento provisionado.

No relatório do Subcomitê de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, entregue por Tebet a Lula em novembro, é indicado que: “o comércio intrarregional representa pouco menos de 20% das relações comerciais do Brasil com o mundo”, no entanto “a América do Sul se consolidou como um mercado fundamental para os produtos brasileiros com maior valor agregado. Os vizinhos sul-americanos representam menos de 2% do total das importações mundiais, mas compram mais de 35% de todos os produtos com alta e média-alta intensidade tecnológica exportados pela economia brasileira.”

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É com isto em vista que o governo pretende ampliar as rotas comerciais, além, é claro, ter acesso facilitado a portos no Pacífico e evitar rotas que hoje precisam passar pelo Canal do Panamá, muitas vezes até para atender o comércio no próprio continente.

*Com informações CanalGov e Estadão