Incêndios no Chile deixam ao menos 131 mortos e impactam a economia 

País enfrenta pior desastre desde o terremoto de 2010 e contabiliza prejuízo bilionário. Setor do turismo, que contribui com 7% do PIB, é um dos mais afetados

Militares atuam no rescaldo. Foto: Governo do Chile

A tragédia que se abateu sobre parte do Chile nos últimos dias devido aos incêndios já levou à perda de 131 pessoas e pode custar cerca de R$ 1 bilhão à economia do país. Há, ainda, 300 desaparecidos e, ao todo, estima-se que cerca de 6 mil moradias foram destruídas. Trata-se do pior desastre desde o terremoto de 2010. 

Além das perdas humanas, materiais e ambientais, o incêndio terá forte impacto econômico, especialmente sobre o turismo, já que uma das regiões mais atingidas, Valparaíso, está entre as preferidas dos visitantes. 

Segundoexplicou Sergio Quintana, da consultoria Forecast, do Chile, ao jornal Valor Econômico, esse setor contribui com pouco mais de 7% do PIB do país. Outros impactos também deverão ser sentidos no campo da agricultura. Para mitigar tais efeitos, o Ministério da Fazenda chileno anunciou que deverão ser aplicados ao menos US$ 300 milhões em medidas por parte do governo.

O presidente Gabriel Boric anunciou, nesta terça-feira (6), medidas emergenciais que estão sendo tomadas para atender os atingidos, entre elas o cadastro dos afetados; a suspensão da cobrança do serviço de água nos meses de fevereiro e março e a doação de móveis usados durante os Jogos Pan-americanos de 2023. O país também vem recebendo ajuda internacional e de organismos como Unicef, Acnur e Unesco.

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Na segunda-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou mensagem em suas redes sociais em solidariedade aos chilenos e colocando o país à disposição dos vizinhos. “Fiquei muito triste com a tragédia causada pelos incêndios no Chile. Nos últimos anos, nossos países se apoiaram mutuamente no enfrentamento desse tipo de desafio. Minha solidariedade ao povo chileno e ao presidente Gabriel Boric. Estaremos, mais uma vez, prontos para auxiliar nossos companheiros sul-americanos”, declarou.

No começo da semana, o Itamaraty emitiu nota de solidariedade, na qual informou, ainda, que “o governo brasileiro está monitorando a situação por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santiago, a fim de prestar a assistência consular cabível aos nacionais eventualmente afetados pelos impactos dos incêndios”. 

O incêndio começou no Parque Nacional Peñuelas e se alastrou rapidamente devido ao tempo seco e ao vento. Nos últimos dias, o país enfrentou ainda forte onda de calor, o que pode ter causado as chamas, mas as autoridades não descartam a possibilidade de o fogo ter iniciado intencionalmente. 

Com agências

(PL)

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