Setor de serviços avança e 2023 tem crescimento de 2,3%

O triênio 2021-2023 teve evolução de 22,9%. Última vez que três anos consecutivos apresentaram altas foi entre 2012-2014, com crescimento de 11,3%

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (09), pelo IBGE, mostra que o volume do setor de serviços terminou 2023 com alta de 2,3%. O dado foi consolidado após o resultado de dezembro, com crescimento registrado em 0,3%.

Ainda que na comparação mensal de dezembro de 2022 com 2023 tenha ocorrido recuo de 2%, o resultado marca dois meses de recuperação quando somando com novembro: avanço de 1,2%.

Além disso, a notícia mostra uma situação para o triênio 2021 a 2023 antes observado entre 2012 a 2014. O avanço por três anos consecutivos é uma boa notícia, ainda que o crescimento de 2,3% no ano passado tenha sido o menos intenso da sequência.

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Apesar disso, o acumulado 2021-2023 foi de avanço de 22,9%, superior ao de 2012- 2014, com 11,3%.

Os últimos três anos mostraram recuperação depois de um tombo no setor, decorrente da pandemia de covid-19 que derrubou o volume anual de 2020 para -7,8%.

De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, sobre 2023, “apresentar expansão sobre dois anos que cresceram substancialmente é algo relevante”.

Ele explica que “em 2021 e 2022, houve uma construção de elevada base de comparação, explicada tanto pela retomada do setor após o período de isolamento da pandemia de Covid-19, mas, sobretudo, por conta dos ganhos extraordinários oriundos dos segmentos de serviços de tecnologia da informação e o do transporte de cargas.”

Um destaque em dezembro foi o setor de serviços prestados às famílias, que estava estagnado desde fevereiro de 2020, considerado o corte do patamar pré-pandemia.

A alta de 3,5% no mês para esta área que envolve hotéis e restaurantes ocorre por mudanças nas atividades e a expansão do home-office (pessoas trabalhando em casa), situação em que o volume dos serviços em restaurantes passaram para o comércio pela maior utilização dos supermercados.

“É um setor que veio, pouco a pouco, eliminando as perdas da pandemia. Houve uma mudança na configuração das atividades. Os serviços de aplicativos de entrega, por exemplo, acabaram se apropriando de uma parte das receitas dos restaurantes, havendo, assim, uma transferência de receita entre dois setores do setor de serviços”, diz Lobo.

*Com informações IBGE