Governadora de Pernambuco pede para PSDB deixar oposição a Lula

Raquel Lyra se aproximou do governo federal e pede posicionamento independente; caso deixe o partido rumo à outra sigla, crise nos tucanos será ampliada

Foto: Ricardo Stuckert

O único governo do Nordeste de partido de oposição ao presidente Lula é o PSDB em Pernambuco, com Raquel Lyra.

Mas se depender da governadora, o partido deve deixar esse posto. Ela pediu ao presidente do PSDB, Marconi Perillo, que o partido se torne independente em relação ao governo federal.

As informações são trazidas pela Coluna do Estadão, que entrevistou Lyra. No texto é lembrado que o presidente Lula teve 67% dos votos em Pernambuco, nas eleições de 2022 – absoluta maioria.

Nesse sentido, a união com o presidente é estratégica como forma de recuperar a má avaliação do seu governo. Por meio da aproximação da gestão estadual com a federal foram captados cerca de 3,5 bilhões em operações de créditos que serão investidos em estradas e distribuição de água.

Conforme a Folha de Pernambuco, foram captados em quatro oportunidades os seguintes valores: R$ 900 milhões com o Banco do Brasil; outro empréstimo de 197,6 milhões novamente com o BB; mais R$ 1,7 bilhão por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal; e outro crédito com a Caixa no valor de R$ 650 milhões.

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Segundo a governadora, a sua atuação tem sido pautada na reconstrução de parcerias com o governo federal e pela aproximação com Lula.

Ainda em janeiro o ministro Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e Raquel Lyra assinaram ordem de serviço para retomar, após dez anos, as obras da Barragem Panelas II, em Cupira, no agreste de Pernambuco. Com a obra o governo Lula destina R$ 55,8 milhões para a conclusão da infraestrutura hídrica “que será utilizada na contenção de cheias e no abastecimento de cidades do agreste do estado”, segundo o MIDR.

Antes, também em janeiro deste ano, o presidente Lula, ao lado da governadora, anunciou a ampliação da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), na cidade de Ipojuca. A conclusão do projeto é orçada em até R$ 8 bilhões e irá empregar 30 mil pessoas de forma direta e indireta. Na ocasião, o sorriso da governado foi notável.

Governadora de Pernambuco Raquel Lyra com Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Foto: Ricardo Stuckert

Saída do partido

Com as movimentações de Lyra é colocado que partidos como PSD e MDB tenham se oferecido para receber a governadora. Os prováveis destinos em caso de mudança de partido são especulações conforme as necessidades políticas tem se apresentado, mas dependem de como os tucanos se comportarão com os pedidos dela.

Atualmente o PSDB governa somente o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul, além de Pernambuco, e perdeu espaço no Congresso Nacional em relação às eleições anteriores. Portanto uma saída seria um duro golpe aos tucanos, ainda que Lyra garanta não ter se comprometido com outros partidos – no entanto, também não demonstrou descartar a possibilidade.