Cid reforça pressão de Bolsonaro sobre chefes militares na tentativa de golpe

Além disso, o militar deu mais detalhes no inquérito das joias sauditas e da falsificação do cartão de vacina do ex-presidente contra Covid-19.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Em novo depoimento de nove horas seguidas à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforçou as declarações anteriores de que o ex-presidente pressionou os comandantes militares a embarcarem na tentativa de golpe de Estado.

O militar disse que o ex-presidente apresentou uma minuta de golpe aos ex-comandantes Freire Gomes (Exército), Baptista Junior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha) que invalidava o resultado das eleições presidenciais, vencidas por Lula, e que decretava a prisão de autoridades como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Além da tentativa de golpe, o militar deu mais detalhes para o inquérito das joias sauditas e da falsificação do cartão de vacina do ex-presidente contra Covid-19.  

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Cid foi confrontado com as declarações de outros investigados como a do general Freire Gomes.

Fontes da PF avaliaram o depoimento como esclarecedor, pois havia lacunas a serem preenchidas pela investigação.

“No depoimento, Cid relata que, mesmo ciente da legitimidade das urnas eletrônicas, o grupo persistiu na disseminação de narrativas desacreditando o sistema, considerando isso como a única maneira de fundamentar o suposto golpe em planejamento”, diz reportagem do G1.

O tenente-coronel fechou um acordo de delação premiada que foi homologada por Alexandre de Moraes em 9 de setembro de 2023.

Sendo assim, ele deixou a prisão e se tornou peça central das investigações. O militar era uma espécie de faz tudo de Bolsonaro, cuidando, inclusive, das contas pessoais e da família do ex-presidente.

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