Israel cancela visita de delegação aos EUA após aprovação de resolução na ONU

Grupo discutiria possível invasão do Exército de Israel em Rafah, em Gaza; Casa Branca se diz ‘perplexa’ com a decisão

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O primeiro-ministro e líder da coalizão de extrema-direita, Benjamin Netanyahu, cancelou a visita de uma delegação do país aos Estados Unidos após Washington se abster de votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas que aprovou um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza nesta segunda (25).

A postura adotada pelos norte-americanos abriu caminho para que a resolução sobre o conflito no enclave fosse aprovada pela ONU, mais de cinco meses após o início da guerra.

O texto aprovado foi apresentado pelos 10 membros não permanentes do Conselho. A resolução foi adotada após receber 14 votos a favor, nenhum contra e a abstenção dos Estados Unidos. O texto exige “um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã” (período sagrado para os muçulmanos e que teve início no último dia 10) e a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.

Os Estados Unidos são donos de um dos cinco assentos permanentes e com poder de veto do Conselho de Segurança. Desde outubro, a Casa Branca bloqueou três resoluções que determinavam um cessar-fogo, inclusive um do Itamaraty.

Um comunicado divulgado pela Kann, emissora estatal de Israel, diz que “os EUA recuaram de sua posição consistente no Conselho de Segurança que ligava um cessar-fogo à libertação dos reféns”. O governo israelense ainda afirma que a decisão prejudica a sua ofensiva contra o Hamas.

Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que o governo americano estava “desapontado” com a decisão israelense.

A reunião, solicitada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, ocorreria com o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, e o chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, e abordaria “alternativas viáveis” para uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade no sul de Gaza que faz fronteira com o Egito.

“Nós fomos claros e consistentes em nosso apoio a um cessar-fogo como parte de um acordo de reféns. É assim que o acordo de reféns é estruturado”, declarou Kirby.

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