Tarcísio encerra operação Verão registrando 56 mortos por ações da Polícia Militar

No primeiro trimestre de 2024 houve um salto de 86% de mortes cometidas por policiais na Baixada Santista.

Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encerrou nesta segunda (1) a terceira fase da operação Verão, promovida pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). A ação, que visava combater o tráfico de drogas, registrou um total de 56 óbitos durante sua vigência.

Além dos óbitos, a Polícia Militar de São Paulo realizou 1.027 prisões e 47 apreensões de adolescentes.

A operação foi encerrada no dia da publicação de reportagens sobre a repercussão das mortes e também das condutas policiais durante a ação no estado de São Paulo.

Nesta segunda, o G1 noticiou que as mortes cometidas por PMs subiram em 86% no 1º trimestre de 2024, o segundo ano de mandato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em comparação com o mesmo período em 2023. Os dados são do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público Estadual.

Além da operação Verão, Tarcísio também deflagrou a operação Escudo, em retaliação a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, em julho de 2023. Na ocasião, o agente foi baleado durante patrulhamento em Guarujá (SP).

Nos 40 dias de ação, segundo divulgado pela SSP-SP, 958 pessoas foram presas e 28 suspeitos morreram em supostos confrontos com policiais. Desde o início da ação, instituições e autoridades que defendem os direitos humanos pediam o fim da operação.

Além disso, o g1 reportou que agentes dispararam 188 vezes contra três suspeitos no litoral paulista, assim como noticiou a informação de que uma câmera corporal estava descarregada após confronto com morte na Operação Verão.

O fim da Operação Verão no litoral de São Paulo foi celebrado pelo ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva.

“A Ouvidoria comemora o fim da Operação. A gente avalia que essa Operação não deveria nem ter existido”, disse Claudio.

O órgão recebeu denúncias sobre irregularidades nas abordagens de policiais durante a operação e chegou a entregar um relatório apontando os casos para a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado. Segundo Claudio, apesar do fim das ações, todas as denúncias seguirão sendo investigadas.

“A Ouvidoria vai continuar atuando para que Justiça seja feita. A gente avalia que a Operação terminou, mas o luto não. As investigações não podem parar, elas precisam continuar para poder dar luz ao que realmente ocorreu nesses fatos”, enfatizou.

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