Governo de SP lista mais de 200 imóveis públicos em site de venda

Site foi retirado do ar após denúncia da APqC. Governo fala em erro na divulgação dos imóveis, como a Pinacoteca, Hospital das Clínicas, Quartel da Rota e Parque do Jaraguá

Foto: Governo de São Paulo

Um site do governo de São Paulo destinado à venda de imóveis ficou no ar por cinco dias, entre 5 e 10 de março, com uma listagem com mais de 200 imóveis públicos disponíveis para consulta, entre eles os prédios que abrigam a Pinacoteca, o Jardim Botânico, o Parque Estadual do Jaraguá, o Quartel da Rota, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa (Alesp), o Iamspe, o Hospital das Clínicas, entre outros.

A relação de imóveis do Estado anunciados no site de vendas (https://imoveis.sp.gov.br/imoveis) levantou questionamentos sobre a intenção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos): ele estaria querendo vender imóveis do patrimônio público que estão em plena utilização?

No site, retirado do ar após a denúncia, e que agora consta somente os dizeres “Em Manutenção”, constava a seguinte informação: “o portal de imóveis foi desenvolvido visando a divulgação das propriedades da Fazenda do Estado de São Paulo disponibilizadas para venda, com o objetivo de atingir tanto aquele que quer adquirir seu primeiro imóvel, como quem busca imóveis para investir”.

Leia mais: Paulo Guedes entra na disputa pela Sabesp no processo de privatização

O governo informou à imprensa que houve erro na colocação do imobiliário no site e que a intenção era somente divulgar todos os imóveis como forma de transparência.

No entanto a justificativa causa estranheza uma vez que a listagem do patrimônio imobiliário já consta em site próprio destinado à finalidade: https://www.transparencia.sp.gov.br/Home/Patrimonio

A primeira denúncia foi feita pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado (APqC) que colocou em nota que: “Vender o patrimônio público dos paulistas em um site, sem nenhuma transparência, é uma irresponsabilidade, além de ser um desrespeito com o Estado, com as pessoas e com os servidores.”

A entidade aponta como alvo do governo, na infame listagem, as sedes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, localizados em Campinas, e do Museu de Pesca, em Santos, junto a outras propriedades como fazendas ligadas ao órgão. Somente na cidade do litoral a Associação identificou mais de 180 imóveis.

A APqC ainda denuncia a inclusão como imóvel “descartável”, pelo governador Tarcísio, o prédio do Instituto Butantan e do Instituto Adolfo Lutz, além dos já citados.

A publicação no site do governo ainda trazia informações sobre o preço, em alguns imóveis, ou valor a apurar, assim como a metragem e campo para a manifestação de interesse. A Associação acredita que o ‘ato falho’ revelou uma iniciativa de pesquisa de mercado.

A situação fez com que o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) denunciasse o caso na tribuna da Alesp, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas Estadual.

*Com informações g1 e CNN