STF reage e desmonta farsa do deputado da ultra direita dos Estados Unidos

Em nota, Supremo diz que o congressista americano divulgou apenas ofícios com decisões de Moraes sobre suspensão dos perfis e não a íntegra dos documentos

Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu a investida do deputado republicano dos Estados Unidos Jim Jordan que, por meio de uma comissão do congresso, divulgou documentos sugerindo que o ministro Alexandre de Moraes estaria censurando e retirando perfis da rede social sem nenhum embasamento.

Parte do documento é sobre decisões judiciais dadas contra o X [antigo Twitter], algumas sigilosas, entregues por Elon Musk, dono da plataforma, para o congressista que é um dos aliados do ex-presidente Donald Trump.

Em nota, o Supremo diz que o congressista americano divulgou apenas ofícios com decisões de Alexandre de Moraes sobre suspensão dos perfis das redes sociais e não a íntegra dos documentos.

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“Não se tratam das decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim dos ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão”, esclarece a corte.

Para o Supremo, seria como o congresso dos EUA “tivesse divulgado um mandado de prisão, e não a decisão que fundamentou a ordem de prisão”.

“Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”, explica o STF.

O jornalista Leandro Demori traz novas revelações sobre o caso: “Congressista dos EUA que ‘pediu informações pro Twitter’, relativo ao STF, atuou sozinho. Não tem assinatura de ninguém de comissão nenhuma, é um negacionista da eleição americana e suspeito de ter participado do 6 de janeiro. Senhoras e senhores: o teatro de sempre”, escreveu no X.

Há muitas evidências também de que se trata de mais uma investida de Elon Musk contra as instituições brasileiras.

Em artigo, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) lembra que um dos países que mais duramente têm respondido às investidas do neofascismo global é o Brasil, impedindo sua continuidade no comando do país pelo voto popular e pelas decisões do Judiciário.

“Não é por outro motivo que o inescrupuloso bilionário Elon Musk vem direcionando seus canhões de difamação contra nossas instituições. Com a proximidade da prisão de Jair Bolsonaro e outros golpistas, os seus aliados atacam. E um dos remédios mais eficazes aplicados pela Justiça tem sido justamente o combate às fake news e aos discursos de ódio nas redes, com a suspensão de contas propagadoras deste tipo de mensagem. Este é o pior pesadelo dos extremistas”, considera a deputada.

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