Rio Grande do Sul tem 147 mortos e mais de 538 mil pessoas fora de casa

Estado tem sofrido com uma das piores catástrofes ambientais já vistas em todo o país. Chuvas dos últimos dias e queda nas temperaturas piora situação dos atingidos

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Com o retorno das chuvas ao Rio Grande do Sul, parte da população voltou a padecer frente à intensificação dos alagamentos. Além disso, as temperaturas estão caindo, o que pode elevar o sofrimento dos desabrigados. Até o momento, a tragédia vivida pelo estado já deixou 147 mortos, 127 desaparecidos e 806 feridos. 

Ao todo, 447 dos 497 municípios do RS e mais de 2,11 milhões de pessoas foram afetadas. Passar de 538 mil o número de desalojados — dos quais quase 81 mil estão vivendo em abrigos. Os dados são da Defesa Civil. 

Devido às precipitações mais recentes, o nível do Guaíba deverá bater novo recorde já no início desta semana, podendo chegar a 5,35 metros — neste momento, está em 4,98 m. O maior patamar registrado, de 5,33m, foi atingido no dia 5, piorando a situação de Porto Alegre e municípios vizinhos. Vale lembrar que a cota de inundação, quando começa a haver risco de a água adentrar a capital, é de 3m. 

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Praticamente todos os rios do estado estão acima da cota de inundação neste momento, com exceção dos rios Caí, em Feliz, e Taquari, em Muçum que, no entanto, estão acima da cota de alerta. 

A Lagoa dos Patos, na região Sul, também ultrapassou esse índice, o que tem levado municípios como Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul a terem boa parte de seu território inundada. 

Socorro ao RS

Para dar conta das necessidades do Rio Grande do Sul neste momento, o governo federal continua atuando conjuntamente com as autoridades locais, equipes enviadas por outros estados e países, além do voluntariado. Mais de 20 mil profissionais ligados ao governo federal estão trabalhando diretamente no estado. 

Além do salvamento de pessoas e animais, esses servidores atuam no restabelecimento de energia e de telecomunicações, na recuperação de estradas e estruturas, no acolhimento e na estruturação de abrigos para desalojados, no atendimento em saúde e na garantia da segurança de instalações. 

A articulação federal envolve 17 ministérios. As operações contam com 42 aeronaves, 271 embarcações, 2,7 mil viaturas, além do maior porta-aviões do país. 

No sábado (11), foi publicada medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 12,1 bilhões para que diversos órgãos da União possam executar ações necessárias no atendimento aos municípios afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com a Secretaria de Comunicação, com esse crédito, já são mais de R$ 60 bilhões disponibilizados pelo governo federal ao estado gaúcho.

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Segundo a pasta, “o valor total da MP também contempla medidas já anunciadas e referentes à Medida Provisória nº 1.216/2024, que autoriza linhas de crédito (FGI, FGO, Pronampe e Pronaf/Pronamp), às medidas de apoio à segurança alimentar (Programa de Aquisição de Alimentos e cestas básicas), abrigamento e parcela extra do SUAS, parcelas extras do seguro desemprego, serviços para a saúde primária, especializada e vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais e também para aquisição e equalização de 100 mil toneladas de arroz”. 

Além disso, estão contempladas também ações que envolvem a reposição de medicamentos perdidos nas enchentes; garantia do atendimento nos postos de saúde e hospitais; reconstrução de infraestrutura rodoviária. Estão incluídas ainda ações da Defesa Civil e de atendimentos emergenciais executados pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.

De acordo com o governo, esses valores são voltados para as ações emergenciais que estão em curso no Rio Grande do Sul. Os recursos para a reconstrução serão definidos em momento posterior, após a identificação da extensão do dano causado pelas fortes chuvas e enchentes no estado. 

Com agências

(PL)

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