Governo oferece até 31% de aumento para servidores, mas a partir de 2025

Docentes definiram 27 de maio como limite para responder ao governo federal. Até lá, a greve continua.

Servidores da rede federal de ensino iniciam greve nesta segunda-feira (15) - Foto: Sindiedutec / Arquivo

Nesta quarta-feira, durante uma reunião entre representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), uma nova proposta de reajuste para professores de universidades e colégios federais foi anunciada. Segundo Gustavo Seferian, presidente do Andes, esta seria a última oferta do governo.

A proposta atual prevê diferentes níveis de reajuste para a categoria. Professores que recebem salários mais altos teriam um aumento de 13,3% até 2026, enquanto aqueles com salários mais baixos receberiam um reajuste de 31% até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, nenhum aumento seria concedido em 2024, o que gerou insatisfação entre os docentes.

De acordo com Jose Lopez Feijóo, Secretário de Relações de Trabalho do MGI, ao considerar o reajuste de 2023, de 9%, concedido a todos os servidores federais no ano passado, o percentual de aumento proposto varia de 23% a 43%. O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação, José Lopez Feijóo, defendeu a proposta do governo, apresentada como a última saída viável para este ano.

Segundo Feijoó, haveria uma recomposição de toda a inflação prevista para o atual mandato e ”uma importante recuperação de perdas dos governos passados que sequer recebiam os trabalhadores e trabalhadoras para qualquer tipo de diálogo ou de negociação”.

O comando de greve do Andes irá se reunir para discutir a nova proposta ainda nesta tarde, e novas rodadas de assembleias serão realizadas. A resposta dos professores será dada até o dia 27 deste mês. Originalmente, os professores esperam contraproposta à reivindicação de reajuste salarial de 22,71%, com pagamento ainda no segundo semestre deste ano. Até lá, a greve continua.

Além disso, na próxima terça-feira, o governo terá um encontro para tratar da greve dos técnicos-administrativos da rede. Mais de 50 universidades e colégios federais aderiram à paralisação, de acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

As reivindicações dos técnicos e professores incluem reajustes salariais. Os técnicos administrativos reivindicam um aumento de 37% em três anos, enquanto os professores buscam um reajuste de 22%, ambos com aumentos já em 2024. Ambos os sindicatos rejeitaram uma proposta anterior do governo de reajuste.

Os professores querem também que o governo recomponha o orçamento das universidades federais e revogue normas que prejudicam a carreira docente, baixadas no governo anterior. 

O Ministério da Educação anunciou que está trabalhando em uma nova proposta para valorizar os servidores da Educação, após uma reunião entre o ministro Camilo Santana e a ministra Esther Dweck. Segundo Daniel Farias, da Fasubra, os técnicos-administrativos representam a maior categoria do funcionalismo público e possuem os menores salários.

A reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do governo, afirmou o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, destacando que a proposta apresentada representa um reajuste total de 23% para técnicos administrativos e docentes durante o governo Lula. O diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas continua aberto, segundo a pasta.

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