Hamas aceita cessar-fogo e Netanyahu fala em “lacunas” nos termos

Proposta costurada pelo presidente americano Joe Biden emperra na intransigência da extrema-direita de Israel, fiadora do governo corrupto e genocida do primeiro-ministro

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O Hamas aceitou a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentada pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden, afirmou nesta segunda (3) o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry.

Do outro lado da mesa de negociações, o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recuou dizendo que há “lacunas” e que o acordo não possui precisão.

“A proposta apresentada por Biden está incompleta”, disse o líder da coalizão de extrema-direita, em uma reunião a portas fechadas do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, o parlamento de Israel.

“A guerra vai parar para trazer os reféns de volta e depois manteremos discussões. Há outros detalhes que o presidente dos EUA não apresentou ao público”, disse Netanyahu.

De acordo com a emissora Canal 12, de Israel, Netanyahu diz que pode parar a guerra durante seis semanas, mas não vai encerrá-la. “O Irã e todos os nossos inimigos estão atentos para ver se capitularemos”, diz Netanyahu.

O recuo israelense acontece após a coalizão de extrema-direita que sustenta Netanyahu na cadeira de primeiro-ministro ameaçar deixar o governo caso Israel aceite o acordo de cessar-fogo.

Neste domingo (2), as hordas sionistas entraram em polvorosa depois que o principal conselheiro de política externa de Netanyahu, Ophir Falk, deu entrevista para o jornal britânico Sunday Times anunciando que Tel Aviv concordava com cessar-fogo.

“Um acordo com o qual concordamos – não é um bom acordo, mas queremos ardentemente que os reféns sejam libertados, todos eles”. “Há muitos detalhes a serem resolvidos”, disse ele, acrescentando que as condições israelenses, incluindo “a libertação dos reféns e a destruição do Hamas como uma organização terrorista genocida”, não mudaram.

Em meio aos impasses, Israel segue atacando a Faixa de Gaza, enquanto intensifica bombardeios aéreos na Síria e no Líbano.

Neste domingo, uma brasileira e dois filhos foram levados para um hospital em Tiro, no sul do Líbano, após o exército israelense lançar um ataque contra a cidade de Saddikine. Fatima Boustami está em estado grave, segundo relatos de parentes e familiares, e aguarda liberação médica para ser transferida para Beirute, onde terá um melhor acompanhamento médico. O Itamaraty emitiu nota expressando indignação e trabalha para tirar a família do conflito.

Já em Gaza, novos bombardeios aéreos de Israel no sul e centro do enclave árabe deixaram pelo menos 20 palestinos mortos nesta segunda (3).

A vingança israelense depois do ataque do Hamas no 7 de outubro já ceifou mais de 35 mil vidas na Faixa de Gaza e um rastro de destruição que amplifica a crise humanitária no local.

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