PF anuncia reta final de inquéritos de joias, fraude de vacinas e tentativa de golpe
Investigações envolvendo Jair Bolsonaro e membros de seu governo serão concluídas de junho a agosto pela Polícia Federal.
Publicado 06/06/2024 15:24 | Editado 07/06/2024 13:04

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, anunciou que até o final de junho a PF concluirá os inquéritos sobre a comercialização ilegal de joias e a fraude no cartão de vacina contra a Covid-19, ambos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em julho, será finalizada a investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, e em agosto, os casos do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Em entrevista à jornalista Míriam Leitão, exibida pela Globo News na quarta-feira (5), Rodrigues afirmou que todas as investigações estão na reta final. “Tudo está na reta final”, disse ele, detalhando as etapas e os esforços necessários para a conclusão de cada caso.
Joias sauditas e fraudes no cartão de vacina
Sobre as investigações que envolvem o ex-presidente Bolsonaro e membros de seu governo, Rodrigues garantiu que estão sendo conduzidas tecnicamente e com autonomia. “Estamos na reta final dos casos da fraude de vacinas e da ilegal comercialização de joias do patrimônio público. A estimativa é que até o final do mês de junho tenhamos a conclusão desses dois. Novas diligências internacionais foram feitas”, afirmou.
As fraudes nos cartões de vacinação incluíam adulterações realizadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para garantir a entrada em países que exigiam comprovantes de vacinação, como os Estados Unidos. A PF confirmou que o aplicativo ConecteSUS emitiu certificados de vacinação falsos para Bolsonaro em diversas datas de dezembro de 2022, pouco antes de sua viagem para Orlando.
Tentativa de golpe de 8 de janeiro
A investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, deverá ser finalizada em julho. Rodrigues destacou a grande quantidade de provas a serem analisadas, incluindo dados, depoimentos, apreensões, documentos e imagens. “A expectativa é, ao final dessa investigação, apresentarmos quais foram os responsáveis por essa barbárie que aconteceu em nosso país”, ressaltou.
Outros casos de grande relevância
Para agosto, está prevista a conclusão dos inquéritos sobre a Abin paralela e o uso da PF nas eleições de 2022 sob ordens de Silvinei Vasques, além do caso de Anderson Torres. A Abin paralela envolve a espionagem clandestina de políticos, juízes e jornalistas.
Rodrigues comentou sobre a complexidade e a necessidade de tempo adequado para cada investigação. “O tempo da investigação não é o mesmo tempo do jornalismo, não é o mesmo tempo da política, é o seu tempo próprio”, afirmou, defendendo a necessidade de maturação de cada caso para evitar erros.
Combate ao crime na Amazônia
No dia do Meio Ambiente, Rodrigues anunciou um acordo com o BNDES para destinar R$ 350 milhões do Fundo Amazônia ao plano de segurança da região, incluindo a criação do Centro de Cooperação Internacional em Manaus. Este centro promoverá a integração de nove países amazônicos no combate ao crime organizado, que opera sem fronteiras.
Rodrigues enfatizou a importância da cooperação internacional e da integração de agências federais e governos estaduais. Ele destacou operações recentes, como a realizada no Vale do Javari, que resultou em uma queda de 60% no desmatamento e no garimpo ilegal desde o início do governo.
Operação “Greenwashing”
A Polícia Federal deflagrou a operação “Greenwashing” em Porto Velho, investigando a venda criminosa de R$ 180 milhões em créditos de carbono por uma organização criminosa que invadiu terras públicas. Essa ação é um exemplo dos esforços contínuos da PF para combater crimes ambientais na Amazônia.
Conclusão das investigações
Após a conclusão dos inquéritos, os casos serão encaminhados ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que os repassará à Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá à PGR formalizar denúncias, pedir novas investigações ou arquivar os casos, conforme as evidências apresentadas.
As declarações de Andrei Passos Rodrigues demonstram o compromisso da Polícia Federal em finalizar as investigações com rigor técnico e dentro dos prazos estabelecidos, contribuindo para a justiça e o fortalecimento das instituições democráticas no Brasil.