Moraes condena a 17 anos de prisão bolsonarista que quebrou relógio

Ministro também votou pela condenação de réu que gravou vídeo agradecendo o apoio policial para a invasão em Brasília. Supremo já condenou mais de 220 pessoas 8 de janeiro

Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta sexta (21) para condenar a 17 anos de prisão o réu Antonio Claudio Ferreira, flagrado pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto destruindo um relógio trazido ao Brasil por D. João VI.

Ferreira vestia uma camiseta com a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a invasão aos prédios públicos.

O réu responde pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

O caso está sendo analisado no plenário virtual do STF, quando os ministros registram os votos no sistema eletrônico da Corte. O julgamento pode se estender até a próxima sexta-feira, 28.

A obra, exposta no Palácio do Planalto, foi fabricada por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei francês Luís XIV, e trazida ao Brasil por Dom João VI em 1808, quando a corte portuguesa se abrigou no País. A peça é feita de casco de tartaruga e banhada com um tipo de bronze que não é fabricado a mais de 20 anos. A obra foi um presente da Corte Francesa ao monarca português.

O relógio foi enviado à Suíça para ser restaurado. Além do item vandalizada no Planalto, há só mais um relógio feito pelo artista, exposto no Palácio de Versalhes, na França. Esse outro relógio tem a metade do tamanho da peça que foi destruída no 8 de Janeiro.

Ferreira também estava acampado em frente ao QG do Exército, junto a pessoas que defendiam a intervenção militar no País.

“Está comprovado, tanto pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público, quanto pelas conclusões do Interventor Federal, vídeos e fotos realizados pelo próprio réu e outros elementos informativos, que ANTONIO CLAUDIO ALVES FERREIRA , como participante e frequentador do QGEx e invasor de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, com emprego de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando o impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais por meio da depredação e ocupação dos edifícios-sede dos Três Poderes da República”, escreveu o ministro.

Além de Ferreira, a Corte ainda analisa nesta sexta-feira, em plenário virtual, o caso de outro golpista: Leonardo Alves Fares, que gravou um vídeo dentro do Congresso Nacional no dia 8 de Janeiro. Na gravação, ele se filma agradecendo policiais pela ajuda para invadir os prédios públicos. “O réu Leonardo Alves Fares foi preso dentro do Congresso Nacional e registrou diversas cenas de depredação e confronto em seu aparelho celular”, considerou também Moraes ao votar para impor a pena de 17 anos de prisão contra o golpista.

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