Servidores do Ibama entram em greve por valorização de salários e carreiras

A paralisação começa nos seguintes estados: Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins

(Foto: Divulgação)

Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que se encontravam em operações padrões, decidiram entrar em greve nesta segunda-feira (24) em nove estados pela valorização salarial e estruturação das carreiras.

Também paralisam suas atividades os funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

A greve começa nos seguintes estados: Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.

No dia 1º de julho, paralisarão os servidores do Distrito Federal, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

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Ainda não foram realizadas assembleias no Amapá, Alagoas, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe. Somente os funcionários do Ceará decidiram não aderir à greve.

A paralisação está sendo feita num momento crítico devido aumento dos incêndios florestais no Pantanal e Amazônia.

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), que representa todos os servidores federais ambientais, comunicou que na última sexta-feira (21) o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) enviou uma nova proposta para a categoria, mas com “remuneração muito aquém da proposta dos servidores apresentada em 09 de outubro de 2023 e é incompatível com o que vem sendo apresentado para outras carreiras”.

Reivindicações

A principal reivindicação dos servidores era equiparar seus salários a dos servidores da Agência Nacional de Águas (ANA), mas aceitaram receber até menos. Além disso queriam aproximar em 85% os salários dos técnicos ambientais, cargo de nível médio, dos analistas ambientais, cargo de nível superior, atualmente em 43%. Na negociação, houve a proposta de 70% que foi aceita.

Outras reivindicações são a inclusão da carreira ambiental na Lei de Indenização de Fronteira (que hoje contempla policiais federais, rodoviários federais, fiscais agropecuários, auditores-fiscais do trabalho e servidores do Ministério da Fazenda); o estabelecimento das tabelas remuneratórias do Plano Especial de Cargos do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA como espelho da Carreira de Especialista em Meio Ambiente; a previsão de pagamento de adicionais de periculosidade e insalubridade na lei da carreira; e que a remuneração total fosse 70% composta pelo vencimento básico e 30% pela Gratificação de Desempenho de Atividade de Especialista Ambiental (GDAEM).

“Talvez seja válido lembrar que, nesses meses em que estivemos mobilizados, nós conseguimos mostrar para o mundo a relevância do nosso trabalho para o futuro de toda a humanidade, só que agora de uma outra forma. Digo de uma outra forma porque nós estamos mais acostumados a fazer isso literalmente doando nossas vidas em campo, como foi o caso dos nossos colegas Olavo, Rochinski, Raimundo, Welington, Gaspar e tantos outros”, lamentou Wallace Lopes, agente ambiental e diretor da Ascema.

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