PF prende cinco militares suspeitos de planejar golpe e execução de Lula

Preso trabalhou na Presidência de Bolsonaro e era assessor de Pazuello (PL-RJ). OS agentes elaboraram o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ para matar o presidente eleito

Kids pretos é o nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis e politicamente sensíveis — Foto: Divulgação / Exército Brasileiro

A Polícia Federal cumpre nesta terça (19) mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula (PT).

Cinco agentes de segurança foram presos com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo apuração da jornalista Camila Bomfim, da TV Globo. Quatro militares (da ativa ou na reserva) das forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos” e um policial federal são os presos.

Os militares alvos de prisão são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. O policial federal também alvo das operações tem nome de Wladimir Matos Soares. 

O militar Mario Fernandes ocupava cargo de assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e também ocupou postos de confiança durante o governo de Jair Bolsonaro.

Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelo grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelho’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin.

Outro alvo seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que seria preso e também executado.

As medidas estão sendo cumpridas no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. O Exército acompanha as diligências.

Ao todo, os agentes federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. 

Para a PF, “os fatos investigados nesta fase configuram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa”.

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