Indiciamento de Bolsonaro só deve ser analisado pela PGR em 2025

“Complexidade” sobre golpe demanda “estudo mais aprofundado” e que é “improvável uma posição em duas semanas”. Gonet defendeu que a manifestação “ponderada, segura e justa”

Foto: Alejandro Zambrana/TSE

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, indicou que a manifestação da PGR sobre o relatório final da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado só deve acontecer em 2025.

“Este é um caso de enorme complexidade, inclusive pelo número de pessoas envolvidas. Qualquer que seja a próxima manifestação, ela tem que ser muito responsável e feita de forma ponderada, segura e justa”, declarou, nesta sexta (29), em entrevista à CNN.

O PGR ainda completou que, qualquer que seja a providência, denúncia, arquivamento ou pedido de mais informações, requer um estudo aprofundado por uma força tarefa da procuradoria. Por isso, destacou, ele considera improvável que a PGR chegue a uma posição final sobre o caso em apenas duas semanas.

“Não pode haver nenhum açodamento nesse processo”, avaliou Gonet.

O papel da PGR é essencial nesse processo: cabe ao órgão decidir entre oferecer denúncia, arquivar os casos ou pedir novas diligências.

Gonet deu todas as declarações em Lisboa, capital de Portugal, onde participa de um evento do Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE) sobre litigações judiciais em massa.

Na última terça (26), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou à PGR o inquérito da PF sobre a tentativa de golpe de Estado. No relatório final, encaminhado ao STF, a PF indiciou o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Também estão na lista dos investigados o general Walter Braga Netto [candidato a vice na chapa do ex-presidente], o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

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