Haddad diz que inflação está controlada no Brasil
Na Conferência do FMI, o ministro da Fazenda afirma que o dólar está de volta a um nível adequado, com queda de 10% nos últimos 60 dias
Publicado 17/02/2025 17:18 | Editado 19/02/2025 08:15

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (17), na Conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita, que o aumento elevado das taxas de juros pelo Banco Central (BC) será no curto prazo e que a inflação entre 4% e 5% está “relativamente dentro da normalidade para o Plano Real”.
No ano passado, a inflação medida pelo IPCA ficou em 4,82%. Em janeiro desde ano, o aumento dos preços de bens e serviços perdeu força e ficou em 0,16%. Ou seja, como afirma o ministro, trata-se do menor resultado para um mês de janeiro desde 1994, antes do Plano Real, que começou em julho daquele ano.
De acordo com ele, os juros elevados têm objetivo de trazer a inflação para a meta, que foi de 3% no ano passado, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
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“O ajuste fiscal que estamos fazendo não é recessivo, porque estamos garantindo uma taxa de crescimento de 3,4% em torno de uma inflação declinante, mesmo tendo que aumentar a taxa de juros nesse momento para convergir para a meta da inflação que foi estabelecida pela instituição monetária. E o aumento elevado das taxas será no curto prazo”, explica o ministro para uma plateia de investidores.
Haddad aposta que o aumento das taxas será no curto prazo. “O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Eu acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize (…) Por isso o Banco Central teve de intervir para garantir que a inflação fosse controlada”, disse ele, referindo-se aos leilões de dólar do BC.
O ministro disse que o Brasil tem feito um trabalho “tentando encontrar um caminho de equilíbrio e sustentabilidade mesmo em fase de um ajuste importante”.
“O Brasil deixou uma inflação de dois dígitos há três anos. Hoje, temos uma inflação em torno de 4% a 5%, que é uma inflação relativamente normal para o Brasil desde o Plano Real há 26 anos”, disse o ministro.
No evento, o ministro defendeu a reforma tributária sobre o consumo e disse que o ajuste fiscal que está em curso não é recessivo. Ele diz que esse ajuste garantiu uma taxa de crescimento próxima de 3,5% em 2024, mesmo com a elevação dos juros para garantir a convergência da inflação à meta.