“Minas concilia indústria, serviços, agricultura e extração mineral”, diz Lula

Presidente destaca potencialidades de Minas Gerais ao ir a agendas na Stellantis (Betim) e Gerdau (Ouro Branco), sendo que já esteve em Campo do Meio para anúncios da reforma agrária

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à Linha de Montagem da Stellantis Betim. Polo Automotivo Stellantis, Betim - MG. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula concedeu entrevista ao jornal Estado de Minas nesta terça (11), data em que esteve em agendas pró-indústria na Fiat/Stellantis e na Gerdau.

Questionado sobre as medidas para conter a alta dos preços de alimentos, Lula falou que já foram realizadas duas reuniões com o setor produtivo e de comércio de alimentos, lembrou que anunciou a isenção de imposto de importação para uma série de produtos como azeite, milho, carnes, açúcar e café, além de zerar impostos federais sobre os alimentos da cesta básica, atitude que pede para os governos estaduais seguirem ou, ao menos, baixarem a tributação.

Como efeito complementar, o presidente destacou que irá priorizar a produção de alimentos nos Planos Safra da agricultura familiar e do agronegócio, além de reforçar estoques reguladores pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a partir da safra recorde de grãos que se avizinha, dentre eles arroz, feijão, milho e soja.

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Na sequência, a reportagem perguntou sobre o que pode ser feito para segurar o preço do café, considerando que Minas Gerais é o maior produtor do país, respondendo a metade da safra nacional.

De acordo com Lula, além das medidas já faladas que abrangem o café, um passo fundamental é o acesso ao crédito. Conforme colocou, a “agropecuária mineira já recebeu R$100,3 bilhões em financiamentos federais” no seu governo, só perdendo para o Rio Grande do Sul nesta área.

Ao falar sobre a importância do estado uma vez que retorna a menos de quatro dias, pois esteve no Sul do estado para um grande evento de reforma agrária na última sexta (7), o presidente exaltou o potencial do estado: “Minas Gerais concilia a indústria, os serviços, a agricultura e a extração mineral”.

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Para ele, o desenvolvimento do país depende do que o estado produz. Nesse sentido destacou os investimentos da Stellantis, em Betim, com R$ 14 bilhões até 2030 e 1200 vagas na cidade dos novos 1900 postos de emprego que a empresa vai criar, no total, para ampliar a produção de veículos híbridos e flex. Também exaltou a visita à fábrica da Gerdau, em Ouro Branco, que inaugura nova linha de produção de bobinas de aço, com investimentos de R$ 1,5 bilhão.

“Minas ficará ainda mais forte com os investimentos federais e privados que fazem parte do Novo PAC. O programa destina R$ 74,7 bilhões para investimentos diretos no estado, valor que chega a R$ 144,4 bilhões se somarmos os investimentos que vão além de suas fronteiras. Na logística, por exemplo, resolvemos um impasse de décadas e vamos transformar a BR-381, que era conhecida como “rodovia da morte”, em “rodovia da vida”. Só nela, os investimentos privados e do Dnit chegarão à casa dos R$ 10 bilhões. Em resumo: Minas é essencial para o Brasil – e está recebendo do governo federal e da iniciativa privada os recursos que merece e que precisa para seu desenvolvimento”, completou o presidente.

Sobre os resultados do PIB, que cresceu 3,4% em 2024, e a promessa constantemente repetida de que 2025 é o ano da colheita, Lula falou que os mineiros, assim como os brasileiros, viram que no ano anterior o país também assistiu os investimentos crescerem 7,3% em relação a 2023, o que gera um melhor cenário de oportunidades, com o mercado de trabalho aquecido, assim como em oportunidades de empreender.

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Em específico sobre Minas Gerais, o presidente listou o que foi feito para o estado:

  • R$ 16,8 bilhões do BNDES em crédito ao setor produtivo;
  • renegociação da dívida do estado, que permitirá o estado a não pagar juros e investir R$ 3,5 bilhões ao ano em expansão;
  • repactuação do acordo de Mariana, que garante R$ 170 bilhões para que os municípios da Bacia do Rio Doce se recuperem;
  • foram dobrados o número de profissionais do Mais Médicos no estado, que agora são 2,3 mil;
  • 353 mil estudantes mineiros com direito ao Pé-de-Meia, a poupança do Ensino Médio;
  • e 5,3 mil Farmácias Populares em Minas que distribuem gratuitamente 41 medicamentos e insumos à população.

*Informações Planalto e o Estado de Minas