João do Pulo entra para o ‘Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria’

Com seis medalhas em pan-americanos, o triplista ídolo do esporte nacional agora faz parte do livro guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves

João do Pulo no Troféu Brasil. Foto: AP/Globo

João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, teve o seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria ( Lei nº 15.115) na última segunda-feira (31), com a publicação no Diário Oficial da União. O medalhista olímpico agora está imortalizado com o registro feito nas páginas de aço do livro depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

Com o reconhecimento, ele passa a figurar no registro junto a outro gigante do salto triplo: Adhemar Ferreira da Silva, duas vezes campeão olímpico em Helsinque, em 1952, e Melbourne, em 1956.

João do Pulo

O atleta nasceu em 1954, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Atuou no Exército por 14 anos, oportunidade em que ingressou no atletismo. Com 19 anos, já havia quebrado o recorde mundial júnior do salto triplo durante o Sul-Americano de Atletismo ao saltar 14,75 metros.

Já nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México, foi ouro no salto em distância e no salto triplo, estabelecendo novo recorde mundial com 17,89 metros (a marca era 45 centímetros superior ao então recorde).

João do Pulo exibe medalhas conquistadas no México. Foto: J. França/JB.

Chegou aos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, em plena recuperação de uma cirurgia e, mesmo assim, ficou com o bronze no salto triplo ao saltar para 16,90 metros.

Em 1979, repetiu o bom resultado Pan-americano nos Jogos de San Juan, onde repetiu os dois ouros do México.

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No ano seguinte veio mais uma conquista olímpica, agora em Moscou, com novo bronze no salto triplo. A edição foi marcada por polêmicas em favorecimento aos atletas da casa – dois dos saltos de João foram anulados de forma controversa. Na ocasião, um dos seus saltos teria superado o seu próprio recorde mundial que ainda vigorava ao ultrapassar a barreira dos 18 metros. Apesar disso, ficou na terceira colocação com um salto de 17,22 metros.

Entre suas vitórias ainda constam ouros no salto triplo em Düsseldorf (1977), Montreal (1979) e Roma (1981), em eventos equivalentes aos mundiais de hoje.

Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Aos 27 anos teve a carreira brilhante interrompida ao amputar a perna por conta de um acidente automobilístico. O episódio o levou a outras frentes: ele estudou Educação Física e foi eleito deputado estadual por São Paulo em 1986, ficando no cargo por dois mandatos.

João do Pulo faleceu em 1999, aos 45 anos, em decorrência de cirrose hepática e infecção generalizada.

Apesar da morte precoce, seu legado persiste nas novas gerações de atletas do Brasil. Além disso, o novo Herói da Pátria já havia sido homenageado por Aldir Blanc e João Bosco que compuseram uma música em sua homenagem. Confira abaixo: