João do Pulo entra para o ‘Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria’
Com seis medalhas em pan-americanos, o triplista ídolo do esporte nacional agora faz parte do livro guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves
Publicado 01/04/2025 16:32 | Editado 02/04/2025 17:10

João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, teve o seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria ( Lei nº 15.115) na última segunda-feira (31), com a publicação no Diário Oficial da União. O medalhista olímpico agora está imortalizado com o registro feito nas páginas de aço do livro depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Com o reconhecimento, ele passa a figurar no registro junto a outro gigante do salto triplo: Adhemar Ferreira da Silva, duas vezes campeão olímpico em Helsinque, em 1952, e Melbourne, em 1956.
João do Pulo
O atleta nasceu em 1954, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Atuou no Exército por 14 anos, oportunidade em que ingressou no atletismo. Com 19 anos, já havia quebrado o recorde mundial júnior do salto triplo durante o Sul-Americano de Atletismo ao saltar 14,75 metros.
Já nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México, foi ouro no salto em distância e no salto triplo, estabelecendo novo recorde mundial com 17,89 metros (a marca era 45 centímetros superior ao então recorde).

Chegou aos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, em plena recuperação de uma cirurgia e, mesmo assim, ficou com o bronze no salto triplo ao saltar para 16,90 metros.
Em 1979, repetiu o bom resultado Pan-americano nos Jogos de San Juan, onde repetiu os dois ouros do México.
Leia mais: Pan-Americano de 2031 pode estimular infraestrutura do RJ
No ano seguinte veio mais uma conquista olímpica, agora em Moscou, com novo bronze no salto triplo. A edição foi marcada por polêmicas em favorecimento aos atletas da casa – dois dos saltos de João foram anulados de forma controversa. Na ocasião, um dos seus saltos teria superado o seu próprio recorde mundial que ainda vigorava ao ultrapassar a barreira dos 18 metros. Apesar disso, ficou na terceira colocação com um salto de 17,22 metros.
Entre suas vitórias ainda constam ouros no salto triplo em Düsseldorf (1977), Montreal (1979) e Roma (1981), em eventos equivalentes aos mundiais de hoje.

Aos 27 anos teve a carreira brilhante interrompida ao amputar a perna por conta de um acidente automobilístico. O episódio o levou a outras frentes: ele estudou Educação Física e foi eleito deputado estadual por São Paulo em 1986, ficando no cargo por dois mandatos.
João do Pulo faleceu em 1999, aos 45 anos, em decorrência de cirrose hepática e infecção generalizada.
Apesar da morte precoce, seu legado persiste nas novas gerações de atletas do Brasil. Além disso, o novo Herói da Pátria já havia sido homenageado por Aldir Blanc e João Bosco que compuseram uma música em sua homenagem. Confira abaixo: