Linha de financiamento do governo já beneficiou 70 mil microempreendedores
Com isso, R$ 2 bilhões já foram contratados por meio do ProCred 360. Do total de atendidos, 45% são mulheres, que podem obter crédito de até 50% do faturamento do ano anterior
Publicado 01/04/2025 17:47 | Editado 01/04/2025 18:35

Ao menos 70 mil microempreendedores individuais já foram beneficiados com a contratação de R$ 2 bilhões por meio do ProCred 360, uma linha de financiamento disponibilizada pelo governo federal para os pequenos negócios. Desse total de recursos, 45% foram para mulheres empreendedoras.
Sancionada em outubro do ano passado, a Lei 14.995 possibilitou a implantação do programa que, desde então, apoiou 29 mil empresas lideradas por mulheres com mais de R$ 900 milhões em empréstimos concedidos.
“O presidente Lula sempre destacou a importância de fazer o dinheiro circular entre muitos, especialmente entre pequenos negócios, que são essenciais para a economia do país”, disse Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
O ProCred, que integra o programa Acredita, é voltado a empresas com faturamento anual de até R$ 360 mil e oferece taxas de juros até 50% menores do que as praticadas pelo mercado.
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Empresas lideradas por mulheres podem obter crédito de até 50% do faturamento do ano anterior, enquanto os demais negócios têm acesso a até 30%, ambos com um teto de R$ 150 mil. França aponta que a concessão especial às empresas femininas “não é um benefício extra, mas um reflexo do fato de que as mulheres são as melhores pagadoras”.
Apesar disso, as mulheres sempre enfrentaram maiores dificuldades para acessar crédito no sistema financeiro tradicional. Embora fossem 46% (5,6 milhões) do total de MEIs em 2024, 42% das mulheres tiveram pedidos de financiamento negados, muitas vezes devido a preconceitos de gênero, falta de garantias ou histórico de crédito insuficiente.
Além disso, as empreendedoras ganham, em média, 21% menos que os homens e ainda enfrentam desafios como a dupla jornada, que reduz em 17% o tempo disponível para a gestão de seus negócios.
Vale destacar que no caso das mulheres negras, a situação é ainda mais complicada: apenas 24% delas possuem negócios formalizados, contra 41% das brancas. Os dados fazem parte do estudo Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil, desenvolvido pela Estratégia Elas Empreendem, do MEMP, e lançado em 2024.
Com agências
(PL)