Glauber Braga termina greve de fome após acordo com presidente da Câmara
Hugo Motta garantiu que caso do deputado não será submetido ao Plenário da Câmara antes de 60 dias. Durante greve, Braga emagreceu cinco quilos e passa por readaptação
Publicado 18/04/2025 11:47 | Editado 18/04/2025 16:05

Após acordo fechado com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado Glauber Braga encerrou, nesta quinta-feira (17), a greve de fome iniciada há nove dias, em resposta à aprovação, pelo Conselho de Ética, da cassação de seu mandato.
“Estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, contra o poder oligárquico. Não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle e pela responsabilização dos golpistas de plantão”, disse Glauber.
Nos dias em que ficou sem se alimentar e acampado na Câmara, Braga ingeriu apenas água, isotônico e soro e emagreceu cinco quilos. Agora, ele passa por um período de recuperação, sob orientação médica.
Pelas redes sociais, o presidente da Câmara, Hugo Motta (REP-PB) garantiu que após a deliberação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seja ela qual for, “não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”.
Líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE) comemorou o desfecho, pelas redes sociais. “Com coragem e determinação, o deputado Glauber Braga encerrou sua greve de fome após mais de 200 horas de resistência”.
Companheira de bancada, Jandira Feghali (RJ) também se pronunciou: “O presidente da Câmara, Hugo Motta, teve a sensibilidade necessária para priorizar a ampla defesa e, ao mesmo tempo, a saúde do parlamentar. A Justiça prevalecerá”.
Glauber responde por quebra de decoro por agredir e expulsar da Câmara, em 2024, um militante de extrema-direita, do MBL, que ofendeu a mãe dele nos corredores do parlamento. Doente, a mãe do deputado faleceu menos de um mês após o incidente.
Apoiadores consideram a pena desproporcional, lembram que não há precedentes na Câmara de perda de mandato por esse tipo de conduta, e afirmam que decisão é resultado de perseguição política pela denúncia que faz do orçamento secreto.
Com agências