Quase metade dos brasileiros adultos está endividada, aponta Serasa
Número de inadimplentes no Brasil chegou a 75,7 milhões em março. São 4,8 milhões de pessoas endividadas a mais do que o mesmo mês do ano anterior
Publicado 19/05/2025 17:34 | Editado 19/05/2025 19:40

O Brasil registrou em março a marca de 75,7 milhões de inadimplentes, de acordo com o “Mapa de Inadimplência e Negociações de Dívidas no Brasil”, produzido pela Serasa. O número representa 46,6% da população adulta, quase a metade dos brasileiros em idade ativa.
O mês marcou alta de 1,02% em relação a fevereiro (+700 mil pessoas) e uma crescimento de 6,35% na comparação com março de 2024, com 4,8 milhões de inadimplentes a mais. O valor médio de cada dívida é de R$ 1.526,41 enquanto o valor médio por pessoa chega a R$ 5.793,66.
De acordo com o estudo, o valor total das dívidas chega a R$ 438 bilhões, aumento de 0,26% em comparação com fevereiro.
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Segundo a Serasa, a maioria das dívidas por segmento corresponde a:
- Bancos/Cartão de Crédito: 28,46%;
- Contas básicas (água, luz, gás): 20,58%;
- Dívidas financeiras: 19,08%;
- Serviços: 11,23%.
Já o ranking dos estados que possuem a maior quantidade de população inadimplente apresenta o Amapá no topo, seguido pelo Distrito Federal e Rio de Janeiro. Veja a lista completa abaixo:

Quando se trata do perfil dos inadimplentes, a faixa etária entre 41 e 60 anos é a que tem maior número de devedores, 35,1%. Na cola está a faixa entre 26 e 40 anos, 34%. Acima de 60 anos são 19,2% os negativados e até 25 anos, 11,7%.
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O aumento do número de brasileiros inadimplentes no último ano é uma das preocupações do governo federal, tendo em vista que há um ano foi encerrado o programa Desenrola, para renegociação de dívidas. O programa beneficiou mais de 15 milhões de brasileiros com renegociação e desnegativação automática de pessoas com dívidas até R$100.
Posteriormente o programa foi ampliado para o Desenrola Fies, Desenrola Pequenos Negócios e Desenrola Rural, o que ampliou o leque de pessoas que puderam acessar melhores condições de pagamento, assim como voltaram a acessar linhas de crédito. Apesar disso, o orçamento familiar dos brasileiros tem sido pressionado pelo cenário econômico estabelecido com o maior patamar dos juros em quase 20 anos mantido pelo Banco Central e a inflação dos alimentos, que atinge especialmente os mais pobres.