Lula recebe título na França e exalta educação

Universidade Paris 8 homenageia presidente com Doutor Honoris Causa por sua trajetória política e políticas educacionais que ampliaram o acesso ao ensino superior no Brasil

Presidente Lula durante cerimônia de outorga do título de Doutor Honoris Causa, na Universidade Paris 8 (França) | Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi homenageado nesta sexta-feira (6) pela Universidade Paris 8 com o título de Doutor Honoris Causa. Localizada na periferia da capital francesa e marcada pelo espírito contestador de Maio de 1968, a instituição reconheceu o papel de Lula na promoção da justiça social por meio da educação.

“A homenagem de hoje não é apenas um reconhecimento pessoal. É um reencontro com valores que moldaram minha vida: a justiça social, a educação como ferramenta de emancipação e o compromisso com os que sempre tiveram de lutar por voz e por espaço”, afirmou Lula em discurso.

Leia também: Em Paris, Lula recebe homenagem e critica extrema direita

Durante a cerimônia, marcada por apresentações musicais brasileiras e a presença de professores, estudantes e lideranças acadêmicas, o presidente da universidade, Arnaud Laimé, destacou o impacto social das políticas educacionais promovidas nos governos petistas. Para ele, Lula é símbolo de um projeto político de profunda transformação social e do desejo de construir sociedades mais justas e sustentáveis.

Laimé também entregou a Lula uma obra com folhas de jequitibá, uma das maiores árvores nativa brasileira, como metáfora de resiliência. “Essa imagem nos leva a pensar a nossa relação com o meio ambiente, a natureza e muitos desses temas com que o senhor trabalha”, afirmou.

Em seu discurso, Lula traçou um paralelo entre sua trajetória política e a origem da própria Paris 8, criada em resposta às lutas sociais de 1968. “Forjei minha trajetória na defesa dos direitos dos mais vulneráveis. Esta universidade nasceu da esperança e da coragem do povo francês (…) por um ensino mais acessível, crítico e conectado às realidades sociais”, afirmou.

Leia também: Lula sanciona lei que amplia para 30% as cotas em concursos federais

O presidente também citou programas como o Fies, o Prouni, a criação de universidades federais e a política de cotas como marcos na democratização do ensino no Brasil. “Foi preciso que um metalúrgico sem diploma universitário chegasse ao poder pelo voto popular para mudar essa realidade. (…) Com a presidenta Dilma Rousseff, aprovamos a lei de ação afirmativa que mudou a cara dos egressos das universidades brasileiras”, pontuou.

A professora Delphine Leroy ressaltou a importância das cotas e a presença de doutorandos indígenas brasileiros na universidade. “A política de cotas que o senhor conseguiu impor no ensino superior permite esses encontros excepcionais que abrem os nossos espíritos e mexem com nossas representações”, disse.

Leia também: Lula será 2º brasileiro a ser homenageado por Academia Francesa em 390 anos

Lula também falou da criação da Universidade Latino-Americana (Unila), da universidade afro-brasileira no Ceará e dos novos projetos para uma universidade indígena e outra voltada ao esporte. Ele destacou o programa Bolsa Atleta, que sustentou quase 100% dos medalhistas brasileiros nos Jogos de Paris.

Para o presidente, a cooperação acadêmica entre Brasil e França precisa continuar forte. “Todos os anos, milhares de estudantes, pesquisadores, artistas e empreendedores circulam entre nossos países. Trocam ideias, constroem pontes e semeiam inovação”, disse, referindo-se aos intercâmbios estudantis. E concluiu: “Só o conhecimento pode romper as correntes da desigualdade e construir sociedades mais justas.”

__

Autor