Lula se solidariza com Cristina Kirchner: “determinada a seguir lutando”
A ex-presidenta da Argentina foi condenada à prisão e à inelegibilidade definitiva. O processo marca perseguição contra o campo progressista, assim como ocorreu no Brasil, Equador e Bolívia
Publicado 12/06/2025 12:48 | Editado 12/06/2025 14:31

O presidente Lula prestou solidariedade à ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner, que sofre perseguição do sistema judiciário. Ela teve uma condenação confirmada pela Suprema Corte do país a seis anos de prisão e à inelegibilidade definitiva, na última terça (10).
Em contato por telefone, Lula destacou a necessidade de que Cristina se mantenha firme e disse que a ex-presidente está “serena e determinada”. As informações foram divulgadas na rede social X:
“Telefonei hoje no final da tarde para a companheira Cristina Kirchner e manifestei toda a minha solidariedade. Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”, afirmou Lula.
Telefonei hoje no final da tarde para a companheira Cristina Kirchner (@CFKArgentina) e manifestei toda a minha solidariedade. Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa…
— Lula (@LulaOficial) June 11, 2025
A defesa de Kirchner, de 72 anos, pede que a pena seja cumprida em prisão domiciliar. A legislação permite esta condição para pessoas com mais de 70 anos, desde que certas medidas sejam cumpridas.
Com dois mandatos como presidente entre 2007 e 2015 e como vice-presidente entre 2019 e 2023, a líder peronista não ocupa nenhum posto atualmente. Ela seria candidata a deputada provincial em Buenos Aires na eleição de setembro.
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No entanto, a perseguição que sofreu a impedirá de concorrer. Assim como Lula no Brasil, Rafael Correa no Equador e Evo Morales na Bolívia e outros líderes da esquerda na América Latina, Cristina passou por um grave processo de lawfare – o uso das instituições judiciais para criminalizar opositores.
Assim que houve o anúncio de sua candidatura, a Suprema Corte do país deu celeridade à confirmação da sentença por administração fraudulenta, a qual havia sido estabelecida em esferas inferiores.
O caso remete a contratações fraudulentas realizadas na província de Santa Cruz, na Patagônia. Como foi exposto pela defesa, Cristina não pode ser responsabilizada por atos em licitações públicas provinciais, pois as contratações não passam pela presidência, como também a execução do orçamento é conduzida pelo chefe de gabinete e o Congresso aprovou os valores destinados às obras em questão.
Além disso, é alegado que não há nenhuma prova de ligação direta dela com os envolvidos públicos e privados responsáveis pelos contratos. Portanto, mais um caso de perseguição política que se vale dos meios judiciais e conta com o apoio da mídia para criminalizar o campo progressista.
O caso deverá ir para cortes internacionais. Os advogados pretendem apresentar essa perseguição política na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e no Tribunal Penal Internacional (TPI).