Brics poderá ter rede própria de comunicação submarina de alta velocidade
Lula e ministra Luciana Santos ressaltam importância da estrutura para a segurança, a soberania na troca de dados e o desenvolvimento dos países
Publicado 07/07/2025 10:53 | Editado 07/07/2025 17:20

A Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula do Brics, divulgada neste domingo (6), incluiu, entre outros pontos, um estudo para avaliar a viabilidade da construção de uma rede de comunicação de alta velocidade por meio de cabos submarinos. Proposta pelo Brasil, a estrutura poderá ser usada, por exemplo, para o compartilhamento de dados entre os países e o desenvolvimento de inteligência artificial (IA).
“Saudamos a proposta brasileira de discutir, em 2025, a realização de um ‘Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica’ para o estabelecimento de uma rede de comunicação de alta velocidade por meio de cabos submarinos entre os países do Brics”, diz o documento, intitulado “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.
Ao tratar do assunto em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que tal iniciativa “aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados”.
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“Estamos em um tempo dadocêntrico, cuja questão dos dados é decisiva para uma agenda de desenvolvimento dos países. Nós temos que ter um cabo próprio, em que os dados sejam nossos, sejam desses países”, declarou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Luciana também salientou que os cabos de fibra óptica onde hoje circulam os dados “são muito concentrados no Norte Global”, de maneira que a ideia é reduzir essa dependência e ampliar a cooperação entre os países do Sul. “Foi uma decisão dos 11 países, e nós vamos buscar o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento do Brics)”, completou.
É por meio de cabos de fibra óptica instalados no fundo do oceano que dados em larga escala são transmitidos entre continentes e entre países de todo o mundo. Esses cabos possibilitam a realização de chamadas de vídeo e outras comunicações, inclusive o tráfego da internet. A maior parte desses cabos é, no entanto, de países como Estados Unidos, França, Japão e China.